Rendimento menor não assusta e a poupança é recorde
Brasília. A diferença entre depósitos e saques na caderneta de poupança - a chamada captação líquida - foi de R$ 5,1 bilhões em junho: o melhor resultado para o mês desde junho de 2002, quando a captação foi de R$ 5,293 bilhões. Investidores aumentaram os depósitos e as cadernetas de poupança acumularam R$ 14,857 bilhões em novos recursos captados no acumulado do primeiro semestre de 2012.
Mesmo com a mudança, em maio, nas regras de rendimento das cadernetas, que passaram a pagar menos juros, o desempenho segue forte e a captação dos seis meses já é maior do que a vista em todo o ano de 2011, quando as cadernetas atraíram R$ 14,186 bilhões.
Quando o Banco Central (BC) começou a baixar a taxa básica de juros (Selic), no ano passado, especialistas começaram a avisar que poderia haver uma migração de grandes investidores de fundos de investimentos para a caderneta de poupança para garantir um retorno financeiro maior, já que os fundos ficavam cada vez menos atrativos.
Dito e feito. Desde que o governo anunciou mudanças na rentabilidade da aplicação, no início de maio, a captação aumentou. Só nos dois últimos meses, foi de R$ 11,4 bilhões de reais. Isso representa 77% do resultado do primeiro semestre inteiro, de acordo com os dados divulgados pelo BC.
Nova regra. Desde 4 de maio, os novos depósitos não são mais corrigidos pela fórmula de 6% ao ano além da taxa referencial (TR) toda vez que a taxa básica (Selic) cair para 8,5% ao ano. A partir desse patamar, a aplicação rende 70% da Selic mais TR.
O gatilho da mudança foi acionado ainda em maio, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) diminuiu os juros básicos de 9% ao ano para 8,5% ao ano. O comitê se reúne de novo na semana que vem.
Fonte: O TEMPO