Greve deixa mais de 30 mil sem postos e UPAs
No terceiro dia de greve dos servidores públicos de Belo Horizonte, a saúde foi o setor com maior adesão ao movimento, que deixou mais de 30 mil pessoas sem atendimento, segundo a Secretaria Municipal de Saúde da capital. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) informou, ontem, que 80% dos servidores aderiram ao movimento.
Nas oito Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da capital, apenas 30% dos funcionários trabalharam, priorizando atendimentos de urgência e emergência. O Hospital Municipal Odilon Behrens também operou em escala reduzida. O sindicato não soube informar quantos centros de saúde ficaram fechados.
A professora Naiara Santos, 24, com suspeita de dengue, não conseguiu atendimento no centro de saúde do bairro Maria Goretti, na região Nordeste, onde mora. "Disseram que não poderiam me atender devido à greve (dos servidores). Estou com muitas dores no corpo e não posso ir a uma UPA, ficar esperando por horas, sem previsão de atendimento", justifica.
A professora ressaltou que, desde a última segunda-feira, os pais estão sem ingerir os remédios para hipertensão e diabetes a que têm direito no posto também em função da greve.
Outros setores. Servidores da educação, de limpeza urbana e de serviços administrativos também estão com atividades suspensas. Ao menos 15 escolas suspenderam totalmente as aulas, segundo a Secretaria Municipal de Planejamento de Belo Horizonte.
De acordo com a presidente do Sindbel, Célia Lelis, o movimento se mantém até a próxima segunda-feira, quando haverá assembleia. Hoje, às 9h, servidores da saúde devem se reunir na praça da Estação, no centro, para discutir o estado de greve. Os servidores reivindicam reajuste de 22% e aumento do vale-refeição de R$ 15 para R$ 25. Já a prefeitura propõe reajuste de 6,2% e R$ 1 a mais para alimentação.
Fonte: O TEMPO