Comer fora de casa ficou 143% mais caro em 10 anos

08 de Maio de 2013
São Paulo. O gasto do brasileiro para comer e beber fora de casa aumenta há uma década acima da inflação. Desde 2003, acumula alta de 143%, bem acima da variação de 82% do IPCA-15, prévia do índice oficial de inflação, o IPCA.

Em sete dos dez anos, refeição, lanche e bebidas em restaurantes subiram mais que a comida comprada para consumir em casa. Comer em casa custa, em média, um terço do valor da refeição em restaurante.

Não é à toa que pipocam queixas de consumidores e movimentos de boicote, que explicitam preços abusivos e os expõem na internet, como um saco de pipoca vendido no cinema a R$ 22, uma esfiha no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a R$ 9,80 e um refrigerante de dois litros a R$ 18,90, servido nas mesas de uma padaria.

O site Boicota SP, criado pelo publicitário Danilo Corci, já tem 120 mil visitantes por dia. "Tive a ideia porque gastava num chope e uns petiscos com amigos R$ 40 há um ano. A conta agora sai por R$ 80", afirma. Ele conta que já recebe reclamações de todo país e prevê publicar em meados deste mês também preços abusivos e nomes de estabelecimentos de outras cidades.

Para especialistas, o hábito de comer fora encareceu mais que a inflação com o aumento dos alimentos e custos maiores, como mão de obra. O economista da FGV André Braz destaca outro fator de pressão: a disparada dos aluguéis comerciais.

Outro motivo para a alta é o mercado de trabalho aquecido, que fez a renda subir e criou uma nova classe de consumidores, que passaram a frequentar mais restaurantes. Além disso, com o crescimento do emprego e mais mulheres no mercado de trabalho (e com menos tempo para cozinhar), comer fora tornou-se uma hábito mais frequente.
 
Dieese
Cesta básica fica mais cara em abril
 
Em 12 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese, os alimentos essenciais que constituem a cesta básica ficaram mais caros no mês de abril.

Em Belo Horizonte, a variação em um mês foi de 0,17%, e em relação a abril de 2012, foi de 25,41%.

O tomate, grande vilão do bolso do consumidor ultimamente, ficou ainda mais caro em dez capitais, com as maiores altas em Belém, 18,55%, e em Recife, 18,54%.
Na capital mineira ele ficou mais barato, -9,04%, mas acumula alta de 157,49% em doze meses.

No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, em todas as capitais a cesta básica ficou mais cara, e em doze meses tem aumentado sempre acima 10% em todas as regiões. (Da Redação)
Fonte: O TEMPO

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