Mudança na lei da doméstica anima donos de restaurantes
09 de Maio de 2013
por: Juliana Gontijo
A mudança na legislação dos trabalhadores domésticos já está movimentando setores da economia que pretendem faturar mais, como o de venda de congelados, restaurantes, lavanderias e escolas de tempo integral. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC), mais conhecida como a PEC das Domésticas, ampliou os direitos para a categoria e aumentou os custos para as famílias que, em muitos casos, não vão conseguir bancar a alta.
De olho na necessidade de as famílias "se virarem" sem as auxiliares em casa, o Arantes Botequim e Carnes Nobres vai passar a servir almoço durante a semana a partir de junho, segundo a sócia Laura Chan Lobo. "Com a lei, a tendência é que a demanda aumente. Hoje, trabalhamos com almoço nos fins de semana e já senti um certo aumento na procura, embora ainda não seja expressivo, já que a mudança é recente", observa.
Para ela, a alimentação fora de casa crescerá mais, influenciada pelas mudanças trazidas pela legislação. A decisão de investir na casa, inaugurada em agosto do ano passado, também foi pautada pelas poucas opções para alimentação no bairro de Lourdes. "Teremos um cardápio executivo", diz. Para atender no novo horário, o restaurante vai passar de 18 para até 26 funcionários. "Estamos finalizando o processo de seleção", conta.
O sócio do restaurante Paracone, Lindoval Comegundes, confirma que a tendência é de aumento da demanda na alimentação fora de casa, em especial no horário de almoço, por causa da PEC das Domésticas. "É um setor que já vem crescendo, e com a nova lei, deve crescer ainda mais", diz.
O diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), Lucas Pêgo, afirma que, com a dificuldade de manter a empregada mensalista, muitos consumidores irão passar a se alimentar fora de casa. "Afinal, a diarista se concentra na limpeza", diz.
Para ele, muitas famílias estão na fase de adaptação. "Ainda há algumas indefinições da lei, já que muitas questões ainda não foram regulamentadas. A resposta para os outros setores nem sempre é imediata, mas virá", analisa.
Parte dos novos direitos começou a valer no dia 3 de abril, quando o texto foi publicado no "Diário Oficial da União" (DOU). Entretanto, por falta de regulamentação, sete direitos ainda estão em suspenso: seguro-desemprego, indenização em demissões sem justa causa, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), salário-família, adicional noturno, auxílio-creche e seguro contra acidente de trabalho.
Pêgo ressalta que a última pesquisa de orçamento familiar feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o percentual de aumento dos gastos das famílias brasileiras com alimentação fora do lar, que cresce 1% ao ano, deve passar para 2% já em 2014, graças às alterações provocadas pela PEC. "E vale frisar que o setor em Belo Horizonte está preparado para atender ao aumento da demanda, já que a cidade é a que mais possui bares e restaurantes per capita no Brasil", observa.
De olho na necessidade de as famílias "se virarem" sem as auxiliares em casa, o Arantes Botequim e Carnes Nobres vai passar a servir almoço durante a semana a partir de junho, segundo a sócia Laura Chan Lobo. "Com a lei, a tendência é que a demanda aumente. Hoje, trabalhamos com almoço nos fins de semana e já senti um certo aumento na procura, embora ainda não seja expressivo, já que a mudança é recente", observa.
Para ela, a alimentação fora de casa crescerá mais, influenciada pelas mudanças trazidas pela legislação. A decisão de investir na casa, inaugurada em agosto do ano passado, também foi pautada pelas poucas opções para alimentação no bairro de Lourdes. "Teremos um cardápio executivo", diz. Para atender no novo horário, o restaurante vai passar de 18 para até 26 funcionários. "Estamos finalizando o processo de seleção", conta.
O sócio do restaurante Paracone, Lindoval Comegundes, confirma que a tendência é de aumento da demanda na alimentação fora de casa, em especial no horário de almoço, por causa da PEC das Domésticas. "É um setor que já vem crescendo, e com a nova lei, deve crescer ainda mais", diz.
O diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), Lucas Pêgo, afirma que, com a dificuldade de manter a empregada mensalista, muitos consumidores irão passar a se alimentar fora de casa. "Afinal, a diarista se concentra na limpeza", diz.
Para ele, muitas famílias estão na fase de adaptação. "Ainda há algumas indefinições da lei, já que muitas questões ainda não foram regulamentadas. A resposta para os outros setores nem sempre é imediata, mas virá", analisa.
Parte dos novos direitos começou a valer no dia 3 de abril, quando o texto foi publicado no "Diário Oficial da União" (DOU). Entretanto, por falta de regulamentação, sete direitos ainda estão em suspenso: seguro-desemprego, indenização em demissões sem justa causa, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), salário-família, adicional noturno, auxílio-creche e seguro contra acidente de trabalho.
Pêgo ressalta que a última pesquisa de orçamento familiar feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o percentual de aumento dos gastos das famílias brasileiras com alimentação fora do lar, que cresce 1% ao ano, deve passar para 2% já em 2014, graças às alterações provocadas pela PEC. "E vale frisar que o setor em Belo Horizonte está preparado para atender ao aumento da demanda, já que a cidade é a que mais possui bares e restaurantes per capita no Brasil", observa.
Sem babá
Escolas de período integral já têm fila de espera por vaga
Se o aumento dos direitos das domésticas levar a muitas demissões, quem deve levar vantagem é o setor de venda de congelados, segundo o diretor comercial do grupo Pif Paf Alimentos, Edvaldo Campos. "O aumento do emprego e da renda da população já vem fazendo crescer a refeição fora do lar e os chamados pratos prontos e semiprontos devido à praticidade. A mudança na lei das domésticas vem acelerar esse processo", diz.
De acordo com ele, ainda não foi feita uma pesquisa demonstrando o efeito da lei, mas o impacto da legislação nas vendas deve poder ser constatado em breve.
E não só na alimentação que a ampliação dos direitos do trabalhadores domésticos terá reflexos: escolas que oferecem a opção de horário integral já chegam a contar com fila de espera. É o caso do Magnum Escola Integral (MEI), conforme a coordenadora da instituição, Jane Magalhães. "Hoje, temos uma fila com sete pessoas. Nem todas comentam o motivo da procura, mas duas mães já comentaram que não conseguiriam pagar a empregada com as alterações da lei, por isso vão colocar a criança na escola o dia todo".
Antes da lei, a escola já aumentou o espaço físico, que deve crescer ainda mais por causa da PEC, segundo Jane. O mesmo aconteceu no Instituto Coração de Jesus (ICJ). "A nova lei vai potencializar a procura. Antes da PEC, já tínhamos uma fila de 40 pessoas", diz o diretor administrativo, Ademar Fabel. (JG)
De acordo com ele, ainda não foi feita uma pesquisa demonstrando o efeito da lei, mas o impacto da legislação nas vendas deve poder ser constatado em breve.
E não só na alimentação que a ampliação dos direitos do trabalhadores domésticos terá reflexos: escolas que oferecem a opção de horário integral já chegam a contar com fila de espera. É o caso do Magnum Escola Integral (MEI), conforme a coordenadora da instituição, Jane Magalhães. "Hoje, temos uma fila com sete pessoas. Nem todas comentam o motivo da procura, mas duas mães já comentaram que não conseguiriam pagar a empregada com as alterações da lei, por isso vão colocar a criança na escola o dia todo".
Antes da lei, a escola já aumentou o espaço físico, que deve crescer ainda mais por causa da PEC, segundo Jane. O mesmo aconteceu no Instituto Coração de Jesus (ICJ). "A nova lei vai potencializar a procura. Antes da PEC, já tínhamos uma fila de 40 pessoas", diz o diretor administrativo, Ademar Fabel. (JG)
Lavanderias já sentem alta na procura
O grupo Acerte Franchising responsável pelas marcas Quality Lavanderia, Linha & Bainha e Prima Clean Lavanderia também está apostando no aumento da procura pelos serviços de lavanderia, por causa da PEC das Domésticas.
"Já começamos a sentir, embora ainda de forma gradativa, um incremento na demanda. Acredito que, no segundo semestre, a alta será mais perceptível. O incremento até o fim do ano deve ser da ordem de 30%", diz o gerente de expansão do grupo, José Ventura. (JG)
"Já começamos a sentir, embora ainda de forma gradativa, um incremento na demanda. Acredito que, no segundo semestre, a alta será mais perceptível. O incremento até o fim do ano deve ser da ordem de 30%", diz o gerente de expansão do grupo, José Ventura. (JG)
Fonte: O TEMPO