Com nome "limpo", consumidor volta ao mercado de empréstimos
A redução da inadim-plência, iniciada no último trimestre de 2012, ajudou a impulsionar a demanda por crédito. Com o nome “limpo”, os consumidores voltaram ao mercado e elevaram a procura por empréstimos em 17,5% na comparação de abril deste ano com igual mês de 2012.
No confronto de abril ante março, a demanda por empréstimos teve incremento de 5,3%. Foi o segundo mês seguido de elevação nessa base de comparação, segundo a Serasa Experian, responsável pelo levantamento.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, analisa que o recuo da inadimplência explica o novo fôlego do crédito. “Se observamos o período entre novembro de 2011 e setembro de 2012, vamos ver que só houve queda no índice de procura por crédito, já que a inadimplência estava em ascensão”, diz.
Planejamento
Rabi lembra que os consumidores compraram sem planejamento em 2010, época em que as linhas de financiamento, principalmente de automóveis e bens duráveis, eram facilitadas e se estendiam por até 60 meses.
“Quem comprou sem planejar em 2010 endividou-se muito em 2011 e, em 2012, começou a quitar suas dívidas. Neste ano, provavelmente, já vai estar mais equilibrado e voltará a procurar possibilidades de comprar a longo prazo”, afirma Rabi.
A costureira Ildete Pacheco Medina, de 69 anos, faz parte do grupo de consumidores que limpou o nome e agora volta ao mercado de empréstimos. Ela procurou o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) de Belo Horizonte para regularizar uma dívida adquirida em 2011.
“Comecei a me organizar no ano passado para quitar e agora recuperar meu nome, pois vou precisar realizar uma compra e preciso dividir em várias prestações”, afirma.
Depois de ter conseguido negociar, em janeiro deste ano, a dívida de um carro comprado em 2010, o auxiliar administrativo Pedro Henrique Moreira, de 32 anos, também procura por nova chance de obter crédito junto a um banco. “Vou me casar e planejei comprar um apartamento com minha noiva. Temos o dinheiro da entrada e as prestações não comprometerão boa parte do orçamento, o que não vai me apertar”, planeja.
Fonte: Hoje em Dia