Cabo de guerra pelo Orçamento Participativo em BH

10 de Julho de 2012 às 08:39
por: Alessandra Mello e Marcelo da Fonseca

 

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, almoçou com representantes dos 19 partidos que integram a sua coligação (Jair Amaral/EM/D.A Press)  
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, almoçou com representantes dos 19 partidos que integram a sua coligação

No primeiro encontro com representantes da coligação que apoiará sua reeleição à Prefeitura de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) se antecipou ao adversário e usou uma das prováveis armas do seu principal oponente nesta campanha. O Orçamento Participativo (OP), lançado na capital em 1993 pelo então prefeito e hoje candidato Patrus Ananias (PT), foi apontado por Lacerda como um programa de grande sucesso em sua atual gestão e que terá, segundo ele, prioridade em um eventual segundo mandato. De acordo com Lacerda, as obras do OP receberam um total de R$ 130 milhões nos últimos dois anos.

A fala de Lacerda sobre o OP, no entanto, foi rebatida pouca horas depois por Roberto Carvalho, atual vice-prefeito e coordenador da campanha de Patrus. Segundo ele, ao contrário do que Lacerda afirmou, o OP perdeu prestígio em sua gestão e também recursos. “Belo Horizonte é a única cidade do Brasil a ter OP da Habitação, só que ele praticamente nunca foi executado”, criticou. O candidato a vice-prefeito na chapa do petista, Aloisio Vasconcelos, também criticou a execução do programa pela PBH e disse que, além do baixo investimento, falta transparência em sua aplicação.


Já Patrus Ananias, por meio de sua assessoria, limitou-se a reforçar a paternidade do programa. “O OP que foi criado no meu governo já no primeiro ano é um dos instrumentos importantes da democratização das decisões. Acredito que ele deva ser cada vez mais ampliado rumo a um planejamento participativo que debata todas as obras e investimentos”, declarou.


Ao anunciar para hoje a primeira reunião que vai definir os delegados de cada região na edição deste ano do programa, Lacerda apontou os números investidos pela PBH nos últimos dois anos para rebater críticas de queda de investimento no OP. “Não queremos ser responsabilizados justa ou injustamente pelo Orçamento Participativo ter perdido força neste ano. Foi uma conquista da população e nós temos que ajudar para que seja mantida e reforçada”, ressaltou.

Último balanço do programa mostra que em 2011, o OP recebeu 32,8% do total previsto. Dos R$ 170 milhões aprovados para a realização de obras, até o final do ano foram gastos R$ 55,8 milhões. Em relação ao valor empenhado – a ser pago com recursos do orçamento do ano seguinte – a execução foi um pouco superior e alcançou R$ 63,3 milhões, entre 1º janeiro e 31 dezembro de 2011.


Estratégia

Durante almoço com presidentes municipais e estaduais das 19 legendas que já declararam apoio a continuidade da administração, Lacerda apresentou os primeiros nomes da equipe de campanha. O coordenador geral será Pier Semedi, secretário de Serviços Urbanos e ex-diretor-geral da Construtel, companhia que pertenceu a Lacerda. Já o comitê financeiro da campanha ficará sob responsabilidade de Marcelo Abi Saber, secretário municipal de Assuntos Institucionais e ex-diretor da Batik, outra empresa que pertenceu ao prefeito. Nos próximos dias será formado um conselho político com representantes de todos os partidos que apoiam a reeleição. Espera-se para hoje a exoneração dos secretários municipais que participam da campanha.


Patrus também já escolheu alguns nomes do comando da sua campanha, que será feita pelo marqueteiro João Santana. O plano de governo será elaborado por uma equipe de 13 pessoas, entre elas o ex-presidente da BHTrans João Luiz da Silva Dias, que também presidiu a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e Juarez Guimarães, militantes histórico do PT. O comitê financeiro vai ser comandado por Gleide Andrade, dirigente do PT, e Jairo Isac, do PMDB. PT e PMDB preparam um ato oficial de lançamento da campanha no dia 13, na sede do PT de BH, e outro ato com a militância do PT no dia 16.


O partido terá dois comitês eleitorais. Um deles começou a funcionar ontem, no Bairro Cidade Jardim, Zona Sul da cidade, e vai abrigar a equipe do candidato a vice-prefeito. O do Patrus deve ficar na Região Centro-Sul.

 

Fonte: Estado de Minas

Avenida Amazonas, 491, sala 912, CEP: 30180-001, Belo Horizonte/MG - Telefone: (31) 3110-9224 | (31) 98334-8756