Ranking de eficiência das economias mostra queda do Brasil do 46º para 51º lugar
A economia brasileira está entre as 10 piores posições no ranking mundial da competitividade neste ano, com base no Índice de Competitividade Mundial 2013, divulgado pelo International Institute for Management Development (IMD). O Brasil caiu do 46º lugar no ano passado para o atual 51º, entre 60 nações, das desenvolvidas às emergentes, analisadas pela escola de negócios nascida na Suíça. A pesquisa avalia a performance de cada país no que se refere ao desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. Os Estados Unidos voltaram à liderança, desbancando Hong Kong e Suíça, e a Venezuela foi considerada a nação menos competitiva. O levantamento parte do pressuposto de que dimensões políticas, sociais e culturais também são essenciais para definir a capacidade de competição no mercado internacional.
Quando a lista começou a ser computada, em 1997, o Brasil ocupava a 34ª colocação entre 46 países avaliados à época. Alguns dos países que mais ganharam posições no ranking são China, Alemanha, Coreia do Sul, México, Polônia, Suécia, Suíça, Israel e Taiwan. Acompanhando a economia brasileira, mais perderam Argentina, Grécia, Hungria, Portugal e África do Sul. "O Brasil deixou de fazer reformas importantes que, se postas em prática, poderiam aumentar a competitividade do país frente a outras nações do globo", afirmou o diretor do centro de competitividade mundial do IMD, Stéphane Garelli.
De acordo com o especialista, outro problema é que o país tem uma economia mais baseada no consumo do que na produção e, assim, deixou de priorizar investimentos em setores em que poderia ser se tornar competitivo. Segundo o coordenador no Brasil do estudo do IMD, Carlos Arruda, professor de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral (FDC), falta ao Brasil uma política de ações de longo prazo. “O país teve ganhos importantes nos últimos anos, mas corremos o risco de perdê-los se continuarmos pensando a curto prazo", disse.
Entre essas medidas que fazem falta ao país, Arruda cita o investimento em infraestrutura e em educação. Essas são algumas áreas que claramente não estão acompanhando o grau de sofisticação da nossa economia, puxando o nosso crescimento para baixo", acrescentou Stéphane Garelli, do IMD. Ele enfatiza outras nações latino-americanas, como Chile, Argentina e Venezuela, que também vêm perdendo terreno e sendo "desafiadas" por economias emergentes da Ásia, mais competitivas. O mesmo fenômeno afetou nações da Europa, a exemplo da Itália, Espanha, Portugal e Grécia, atingidas pela crise financeira mundial.
Para Garelli, esses países não diversificaram suficientemente suas indústrias ou controlaram os gastos públicos o bastante, motivos que os levaram a adotar duros pacotes de austeridade fiscal. "A competitividade da Europa vem caindo, mas Suíça, Suécia, Alemanha e Noruega seguem um caminho diferente, colhendo os louros de suas políticas de estímulo à competitividade. A América Latina também vem desapontando, mas há grandes companhias globais por toda a região". Quanto às nações emergentes –os Brics – eles são diferentes em suas estratégias de competitividade e performance, mas permanecem como uma terra de oportunidades, na visão do especialista.
“As regras de ouro da competitividade são simples: produzir, diversificar, exportar, investir em infraestrutura, dar apoio a pequenas e médias empresas, incrementar disciplina fiscal e manter coesão social", diz Garelli. As medidas de austeridade fiscal, em geral, reduziram a competitividade dos países que se viram forçados a conter gastos. Embora a reorganização das finanças tenha sido considerada por grande parte dos governos como uma condição para o crescimento sustentável no futuro, o remédio para a crise foi ministrado "rápido demais", na avaliação do coordenador do estudo do IMD. "Os pacotes de austeridade encontram oposição da população. Os países precisam de coesão social para alcançar a prosperidade", afirma."
Fonte: Estado de Minas