Brasil é o segundo do mundo em dificuldade de contratação
O Brasil é o segundo país onde mais falta mão de obra. No país, 68% dos empregadores se queixam de dificuldades para encontrar o trabalhador certo para cada função. O percentual só não é maior do que o do Japão (85%) e é praticamente o dobro da média global (35%). Os dados são da oitava Pesquisa Anual sobre a Escassez de Talentos realizada pelo ManpowerGroup.
Com menos funcionários capacitados, caem também a capacidade da empresa em atender aos clientes, a competitividade e a criatividade. É exatamente o que percebe o gerente de operações da AMG Orona, Antônio Moreira, que trabalha com elevadores. “A gente acaba perdendo a oportunidade de atender bem ao cliente”, afirma. Ele tem dificuldades em empregar técnicos, engenheiros e vendedores, três profissões que estão na lista das mais difíceis de serem contratadas no país.
“Não existe uma escola que ensine a ser engenheiro, técnico ou vendedor de elevador”, reclama. Para driblar a dificuldade, a empresa opta por formar a própria mão de obra. Na última contratação, por exemplo, Moreira demorou 45 dias para encontrar um engenheiro mecânico. “Acabei contratando um que ainda está em formação. Claro que eu preferia um profissional já pronto, mas como não encontro, busquei um que tem potencial”, afirma.
O gerente de países do ManpowerGroup, Riccardo Barberis, diz que as empresas já entenderam que a falta de profissionais qualificados no mercado é um problema crônico e que não vai ser solucionado no curto prazo. Agora, elas se concentram em buscar soluções. Treinamento de pessoal e melhores oportunidades profissionais são as principais estratégias.
“Depois de anos falando sobre a escassez de talentos, os resultados da pesquisa mostram que os empregadores estão agora despertando para os efeitos de negócios, que ocorrem quando o talento é escasso”, afirma.
Entre os motivos mais comuns para não conseguir preencher vagas estão a falta de competências técnicas (34%), falta de candidatos (32%) e falta de experiência (24%).
Fonte: O TEMPO