País é primeiro em valorização dos preços
O Brasil continua em alta, pelo menos no que se refere aos preços. Pesquisa elaborada por uma das maiores consultorias imobiliárias do mundo, a britânica Knight Frank apontou que no terceiro trimestre de 2012 o país figurou em primeiro lugar no ranking global de valorização dos preços dos imóveis, na comparação em 55 países, em relação ao mesmo período de 2011. O crescimento foi de 15,2% no período.
Logo depois vieram Hong Kong, com um aumento de 14,2%; Turquia, com 11,5%; e Rússia, com 10,7%. No outro extremo, os países que tiveram maior retração nos preços são todos europeus: o maior índice de desvalorização (-11,7%) foi registrado na Grécia, seguido pela Irlanda (-9,6%) e Espanha (-9,3%).
Na avaliação do presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Evandro Negrão de Lima Júnior, o resultado dessa pesquisa não indica, necessariamente, que os valores os imóveis no Brasil são os mais elevados. Mas, sim, que a variação foi maior. "O preço dos imóveis no Brasil não está alto", afirma, considerando que estão mais acessíveis do que os encontrados em países emergentes como o México, Índia e China.
Segundo ele, "o que ocorreu foi uma subida forte de preços em um espaço de tempo relativamente curto". Ele observa que o mercado "estava parado" por mais de 20 anos. Com a queda dos juros, bons índices de emprego e renda, e ampliação do crédito imobiliário, o mercado se expandiu "e a percepção é de que o imóvel é um bom investimento".
De acordo com Lima Júnior, "os preços devem subir nos mesmos níveis ou um pouco acima da inflação", em virtude do aumento dos custos de construção. Pesquisa realizada pela CMI/Secovi-MG e Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas da UFMG (Ipead) mostrou que, em dezembro do ano passado, o preço médio dos apartamentos prontos em Belo Horizonte chegou a R$ 405.450,38, o que significou um aumento de 153,28% no valor médio de apartamento, apurado em 2008, de R$ 160.077,41. (AR)