BC prevê crescimento menor

28 de Junho de 2013
Mais uma vez, a inflação, puxada pela alta dos alimentos, faz as projeções para o crescimento econôm
Mais uma vez, a inflação, puxada pela alta dos alimentos, faz as projeções para o crescimento econômico do Brasil diminuírem
 

BRASÍLIA. Após a frustração do crescimento do primeiro trimestre, quando a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) ficou abaixo do esperado, o Banco Central (BC) reduziu sua projeção para o resultado deste ano. A expectativa agora é que a economia brasileira crescerá apenas 2,7% em 2013, ante previsão de 3,1% há três meses. A informação consta no relatório trimestral de inflação do BC, divulgado hoje. A piora do resultado se deve ao desempenho mais fraco da indústria e do setor de serviços. Também foram reduzidas as projeções para o aumento do consumo das famílias e do governo. Por outro lado, houve aumento na expectativa para o desempenho do setor agropecuário e dos investimentos.

Quanto ao setor externo, houve uma melhora na projeção de exportações do país, que passou de uma ligeira queda para um pequeno aumento. Já a previsão para importações subiu um pouco. No relatório de inflação, a autoridade monetária também divulga sua projeção para o desempenho do PIB nos 12 meses à frente em relação ao último dado oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na divulgação de ontem, o BC estima expansão de 3% da economia entre abril deste ano e março de 2014, o que revela uma expectativa de aceleração da atividade.

Inflação. As projeções do BC para a inflação também sofreram alteração, em geral para cima. No caso do cenário de referência, aquele que considera que as taxas de juros e câmbio permanecem constantes ao longo do ano, a previsão do BC é de que a inflação termine 2013 em 6%, ou seja, acima do centro da meta (4,5%), mas abaixo do seu limite superior de tolerância (6,5%). Atualmente, a taxa acumulada em 12 meses encontra-se no teto da meta.

Nos seus cálculos, o BC considerou uma taxa de juros de 8% ao ano e uma taxa de câmbio de R$ 2,10, levemente abaixo da registrada na data de corte usada para as projeções (7 de junho). A nova projeção está acima da divulgada no relatório anterior, que era de 5,7%. A previsão para 2014 também subiu, de 5,1% para 5,4%.

O Banco Central tirou proveito dos protestos nas ruas e antecipou a revogação do aumento das passagens de ônibus de algumas cidades em suas projeções para a inflação. Mesmo com essa manobra, que a instituição admitiu ser excepcional, a estimativa para o IPCA deste ano aumentou e colocou em xeque a promessa da presidente Dilma Rousseff e do presidente do BC, Alexandre Tombini, de que a inflação este ano será menor do que no ano passado.

A cada trimestre, quando apresenta o relatório de inflação, o BC define uma data limite para a coleta de informações econômicas disponíveis para fazer seus cálculos. Desta vez, o dia foi 7 de junho. Só que o recuo dos governos em aumentar as tarifas se deu dias depois e mesmo assim o dado foi usado no cálculo. “Houve um esforço adicional para isso”, limitou-se a explicar o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton de Araújo.

 

Fonte: O TEMPO

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