Pode faltar produto amanhã

02 de Julho de 2013
Caminhões fizeram fila de quilômetros na BR–381, em Igarapé
Caminhões fizeram fila de quilômetros na BR–381, em Igarapé
PUBLICADO EM 02/07/13 - 03h00

Por enquanto, a greve dos caminhoneiros não afetou a distribuição de alimentos em Minas Gerais. Mas se os caminhões continuarem parados nas estradas, o abastecimento pode ser comprometido. A preocupação da Ceasa-MG é com a quarta-feira, dia de maior volume de entregas. “Somos totalmente dependentes do transporte rodoviário e qualquer paralisação que aconteça de forma mais rigorosa vai afetar o fluxo de mercadorias imediatamente, no curtíssimo prazo. Hoje (ontem), quando o movimento começou, os caminhões já tinham chegado à Ceasa, mas a partir de amanhã a greve nos preocupa consideravelmente”, destaca o presidente da Associação de Comerciantes da Ceasa (ACCeasa), Caio Gomide.

“Recebemos cerca de 10 mil toneladas, sendo 7.200 de hortigranjeiros, o que é o normal para uma segunda-feira. A greve não atrapalhou nada ainda, o que só vai acontecer se as estradas continuarem paradas e atrapalharem o fluxo de veículos, que não conseguirão chegar”, explica o chefe do departamento técnico da Ceasa-MG, Wilson Guide.

O maior temor gira em torno das folhosas e legumes, carga mais perecível. Esses produtos vêm do cinturão verde formado por municípios da região metropolitana de Belo Horizonte. “Normalmente, esses produtos são transportados pelos próprios produtores e eles não vão parar na estrada porque prejudicariam a eles mesmos. O que vai atrapalhar é se as rodovias ficarem bloqueadas”, afirma Guide.

Segundo ele, se houver redução da oferta, alguns produtos podem ficar mais caros. “A oferta é um componente importante do preço, mas não é o único fator. Se houver redução, pode subir. Mas não é o que estamos vendo. Pelo contrário, hoje teve até alguns produtos que chegaram em maior quantidade e os preços caíram, como o abacaxi”, diz.

Supermercados. O superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, garante que o setor está preparado para enfrentar falhas nas entregas, sem passar por desabastecimento. “Há cerca de 20 dias começamos a aumentar os estoques. O normal é mantermos estoque para dez dias, agora estamos preparados para até 15 dias. É um precaução, mas não há motivo para o consumidor se preocupar, pois a alimentação é um bem essencial e o governo entrará em ação, caso seja necessário, para garantir o fluxo das mercadorias nas estradas”, ressalta Rodrigues.


Ontem, o governo federal conseguiu uma liminar para impedir que os caminhoneiros fechem as rodovias. O presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), Nélio Botelho, garante que o objetivo da greve é lutar por melhores condições, mas sem atrapalhar a sociedade. Embora ateste que as estradas não foram totalmente bloqueadas, vários trechos das BRs 381 e 040 foram totalmente interditadas pelos caminhoneiros.

 

Fonte: O TEMPO

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