PIB de Minas deste ano será menor ante 2012

11 de Julho de 2013
por: Tatiana Lagôa

O crescimento da economia mineira neste ano deverá ser menor do que os 2,3% alcançados em 2012. A projeção, nada animadora para Minas Gerais, leva em consideração as expectativas de que o Estado deverá ter uma elevação do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo do percentual esperado para o Brasil, que não deverá passar dos 2,3%, segundo a visão de especialistas.

"Levando-se em conta o atual cenário, dificilmente Minas Gerais terá uma elevação do PIB superior ao registrado no país neste ano", afirma o coordenador da pesquisa do PIB trimestral da Fundação João Pinheiro, Raimundo de Sousa Leal. O café, que está no período de bienalidade negativa; a queda nos preços das commodities importantes para o Estado e as incertezas quanto ao crescimento da indústria são alguns fatores que colaboram na justificativa de menor crescimento neste ano para o Estado.

O professor do departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) Pedro Paulo Pettersen, complementa com outra explicação de peso: a base de comparação. Isso porque, enquanto a economia mineira terá que superar uma base de 2,3% alcançada em 2012, o Brasil está saindo do tão criticado "pibinho" de 0,9%, bem mais fácil de ser superado. "O efeito estatístico será um aliado do Brasil mas não de Minas Gerais", afirma.

Apesar de as expectativas colocarem o Estado em uma situação pior do que o Brasil, o crescimento nacional também não deverá viver o melhor dos momentos. Para se ter uma ideia, a expectativa de crescimento do PIB do país neste ano fechou em 2,34% no último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira passada. No mesmo período do ano anterior, quando os resultados foram fracos, a projeção era melhor, de elevar em 4%.


Inflação - E não são só as expectativas referentes ao PIB nacional que estão em piores condições que no ano passado, conforme lembra o professor e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas, Fernando de Holanda Barbosa Filho. o caso, por exemplo, da inflação.

A projeção neste ano está em 5,8%. No mesmo período do ano passado estava em 5,56%. E a produção industrial estimada no último boletim em 3%, estava em 4,25% no exercício anterior. "Vamos ter uma surpresa negativa no que se refere a PIB no país com certeza. Mas ele será reflexo de uma conjunção de outros fatores negativos", afirma.

Se for repetida a mesma história do ano passado, o especialista irá acertar. No início de 2012, as projeções para o PIB estavam em 3,30%. Houve momentos em que as projeções chegaram aos 4%. E, no final do ano, o resultado não chegou a 1%. Na época, o otimismo era pautado no alto consumo, nas medidas de estímulo à economia, como a redução dos juros, e no baixo índice de desemprego.

Já neste ano, até mesmo as projeções iniciais estavam abaixo do que foi apresentado em 2012. Para se ter ideia, o PIB esperado em janeiro era da ordem dos 3,26%, abaixo dos 3,3% do mesmo mês do exercício anterior. A inflação estimada para 2013, de 5,49% também supera a de 5,31% esperada em 2012. E as projeções para a produção industrial, que em janeiro de 2012 estavam em 3,43%, passaram para 3% em janeiro deste ano.

"O cenário está bastante obscuro", afirma Leal, que acredita em um PIB nacional da ordem dos 2%. Ele explica que, além da inflação, outras questões complicam o cenário econômico atual no país. Um deles é a revisão do crescimento da China para baixo, o que impacta diretamente nas exportações brasileiras. Outros seriam a desvalorização do real e os resultados da produção industrial, que caiu 2% em maio frente a abril, conforme dados do IBGE.

 

Fonte: Diario do Comércio

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