Emprego registra estabilidade na indústria mineira

11 de Julho de 2013
por: Mara Bianchetti

O emprego industrial em Minas Gerais permaneceu praticamente estável em maio frente a igual mês do ano anterior, com ligeiro avanço de 0,1%. O resultado mais uma vez ficou acima da média nacional, que registrou queda de 0,7% no período, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Minas, os resultados são positivos desde março de 2010, exceto pelas pequenas reduções observadas em dezembro do ano passado e abril deste exercício. O Estado obteve o terceiro melhor desempenho do país, atrás apenas das regiões Norte e Centro-Oeste (1,3%), Paraná (0,4%) e Santa Catarina (1,1%).

Nas demais bases de comparação, os desempenhos de Minas Gerais também foram superiores aos do Brasil, com estes últimos, inclusive, registrando queda em todas as variações. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2013, por exemplo, observou-se expansão de 0,1% no emprego industrial de Minas e queda de 0,8% no país. Já os resultados acumulados dos últimos 12 meses foram de 0,3% e -1,2%, respectivamente.

No Brasil, em maio, o total do pessoal ocupado assalariado na indústria mostrou queda de 0,5% frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, após ficar praticamente estável nos últimos meses, o recuo mais intenso desde dezembro de 2009 (-0,6%). Essa série não é estimada para as unidades da Federação.

Na avaliação do analista do IBGE Minas, Antônio Braz de Oliveira e Silva, não houve nenhuma surpresa quanto aos resultados de maio. Porém, segundo ele, é válido lembrar que apesar de modestos, os resultados de Minas Gerais ainda continuam na contramão da média do país. "Para se ter uma ideia, na comparação mensal, a queda de 0,7% é o vigésimo resultado negativo consecutivo registrado pela média brasileira", explica.

Segundo Silva, os números do emprego industrial de Minas Gerais estão diretamente ligados ao ritmo da produção do parque produtivo do Estado. "Em maio, por exemplo, a produção física cresceu 1,7% e já vem há bastante tempo nesse contexto. Já o Brasil não tem acompanhado esse ritmo", observa.

Entre os setores que se destacaram na geração de empregos industriais no Estado, na comparação mensal, estão a indústria extrativa e a de transformação, com queda de 1% e alta de 0,2%, respectivamente. Os desempenhos mais expressivos foram observados na fabricação de meios de transporte (11,1%), de minerais não-metálicos (9,3%) e coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool (8%). Já os resultados negativos foram observados principalmente na indústria do vestuário (-9%), madeira (-6,4%) e fabricação de outros produtos da indústria da transformação (-5,8%).


Salários - Considerando as demais variáveis do emprego industrial de Minas Gerais, no confronto de maio de 2013 com igual mês do ano anterior, o valor da folha de pagamento real apresentou aumento de 2,3% e a variação acumulada em 12 meses também foi positiva em 3,7%. Já a folha de pagamento real por trabalhador apresentou um aumento mensal de 2,2% e evolução de 3,4% no acumulado dos últimos 12 meses.

O item número de horas pagas, por sua vez, apresentou variação de 0,7% na comparação mensal e de 0,3% no resultado acumulado em 12 meses. Na comparação mensal, o número de horas pagas por trabalhador cresceu 0,5% enquanto houve estabilidade no resultado acumulado em 12 meses.

Para o professor de economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Felipe Leroy, os números apresentados por Minas Gerais têm relação com a diversificação econômica que vem ocorrendo nos últimos anos na indústria mineira. Segundo ele, o fato de o Estado estar cada vez menos dependente da exportação de commodities fortalece as bases industriais e, conseqüentemente, assegura a manutenção do emprego no setor.

"Há uma diversificação acontecendo de forma cada vez mais intensa no Estado, principalmente com o direcionamento dos investimentos para as empresas de novas tecnologias. Isso tem fortalecido bastante a indústria", destaca.

De acordo com Leroy, a tendência é que se continue assim. "A diversificação integra a pauta do governo atual. Temos o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), os investimentos próximos ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins (RMBH) para escoamento de produção e demais investimentos de tecnologia, tudo influenciando os indicadores econômicos", conclui.

 

Fonte: Diário do Comércio

 

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