Metade das famílias de BH possui dívidas

30 de Julho de 2013
por: Aparecida Lira

 

ALISSON J. SILVA
Em julho, 70,4% dos compromissos financeiros eram com o cartão de crédito
Em julho, 70,4% dos compromissos financeiros eram com o cartão de crédito

Pouco mais da metade (50,4%) das famílias de Belo Horizonte estão endividadas, percentual acima do de junho, quando 47,9% tinham algum tipo de compromisso financeiro futuro para quitar. Aumentou também, de 3,4% para 4,7%, de um mês para o outro, o total de pessoas inadimplentes, ou seja, que têm contas em atraso há pelo menos 90 dias. Ainda assim, o quadro é melhor do que o do ano passado, quando 69,3% das famílias tinham dívidas e 6% estavam inadimplentes. Os dados constam da Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEC), realizada pela Federação do Comércio, de Bens e Serviços de Minas Gerais (Fecomércio Minas).

Para o economista da Fecomércio Gabriel de Andrade Ivo, o resultado de julho, apesar de estar pior do que o de junho, indica que o consumidor ficou mais cauteloso no primeiro semestre. Diante de um quadro de inflação que gera insegurança, as pessoas tendem a gastar menos e a enfrentarem maiores dificuldades para pagar as dívidas. "O comércio como um todo teve mais dificuldade no primeiro semestre, principalmente por causa das classes C, D e E, que vinham sustentando o crescimento das vendas", disse.

Em julho, 70,4% dos compromissos financeiros das famílias eram com o cartão de crédito, o maior percentual deste outubro de 2012 e muito acima do encontrado em junho, de 58%. Em julho do ano passado, essa participação era de 55,2%. Em segundo lugar aparecem as dívidas feitas com o cartão de loja (7,7%) e, em terceiro, os empréstimos bancários (7,3%). Há ainda 3% que devem a financiamentos de carros e o mesmo percentual ao cheque especial. A participação dos automóveis financiados caiu em relação o mês anterior, quando ela era de 7,3%, mas subiu em relação ao cheque especial, que em junho foi responsável por 1,7% dos compromissos financeiros das famílias de Belo Horizonte.


Inadimplência - Outro recorde do mês de julho foi com as contas em atraso. De acordo com a Fecomércio, 20,7% dos entrevistados deixaram de pagar algum compromisso, contra 14,2% de junho. Foi também o maior percentual de atrasos no ano. O número de consumidores que têm contas em atraso há mais de 90 dias representaram 37,5% da amostra, pouco abaixo do percentual de junho, de 38,5%. Há ainda 22,9% que não conseguem quitar as dívidas há mais de dois meses e menos de três, enquanto 39,6% registram atrasos que vão de 30 a 60 dias. Entre os inadimplentes, 72,2% são mulheres e quase 40% (39,8%) têm entre 25 e 34 anos. A maioria (61,1%) tem carteira assinada e 72,2% recebem, em média, de dois a cinco salários mínimos. São da classe C 61,5% dos inadimplentes, ficando o restante nas classes A e B.

Na análise da Fecomércio, a falta de educação e experiência financeira é o que tem levado as pessoas à inadimplência. O acesso facilitado ao crédito, por sua vez, alimenta e acentua o risco de desequilíbrio, agravado pela grande utilização do cartão de crédito como forma de parcelamento.

 

Fonte: Diário do Comércio 

 

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