Alto nível de endividamento em BH

08 de Agosto de 2013
por: Aparecida Lira

esquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) mostra que quase metade (49,59%) dos consumidores entrevistados pela entidade está com até 20% da renda mensal líquida comprometida com o pagamento de dívidas.

O percentual acende um sinal de alerta, já que o recomendável, pelos parâmetros usados pelas instituições financeiras, é que o nível de endividamento das famílias chegue a - no máximo - 25% daquilo o que elas recebem mensalmente. Entretanto, ressalta o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, os números não indicam possibilidade de aumento da inadimplência, já que o emprego continua em alta, garantindo a renda dos consumidores.

De acordo com a pesquisa, o nível de comprometimento da renda ficou dividido da seguinte maneira: 21,98% dos consumidores reservam 5% de seus ganhos para quitar débitos; 15,01% devem de 5% a 10%, enquanto 12,78% estão em dificuldades, pois reservam mais de 60% de seus ganhos para o pagamento dos compromissos assumidos. Um percentual muito próximo (12,6%) reserva de 10% a 20% para dívidas, enquanto 9,92% gastam de 20% a 30%. Ainda segundo o levantamento, 8,04% dos belo-horizontinos destinam de 40% a 50% ao pagamento de débitos e apenas 1,07% afirmaram que não estão endividados.


Preocupação - Apesar de não fazer previsões sobre inadimplência, Falci admite que o nível de endividamento da população preocupa e tem uma origem bem clara. "O brasileiro nunca teve dinheiro para gastar, mas com emprego e renda garantidos ele partiu para as compras, sem ter nenhuma educação financeira", explica. Aliado a isto, ele lembra que vivemos durante muito tempo a cultura da inflação, que obrigava a maior parte das famílias a receberem e partirem para as compras, antes que o aumento de preços engolisse seus salários.

Mesmo com a boa situação do emprego, 50,39% dos consumidores entrevistados pela CDL/BH disseram que não perceberam melhoria de sua situação financeira nos últimos anos. Na opinião de 27,25%, a situação melhorou, pois sua renda aumentou. Em seguida, 6,94% afirmaram estar em situação mais confortável, pois se sentem mais seguros.

Por outro lado, para 6,94% o quadro está pior, porque eles estão endividados; já 4,88% também sentem que regrediram, mas por outro motivo: a renda caiu. Há ainda um grupo de 2,57% que atribuem a piora ao desemprego. Um pequeno grupo, de 1,03%, afirmou que a situação modificou para melhor.

"Apesar de 34,19% afirmarem que houve melhora na situação financeira, resultado do aquecimento do mercado de trabalho ao longo do ano de 2012 e início de 2013, os consumidores apresentaram níveis significativos de comprometimento dos seus rendimentos", ressalta Falci. Em parte, isto acontece pela falta de hábito das pessoas de pouparem parte de seus ganho: 88,46% dos consumidores entrevistados pela CDL disseram que não fazem poupança mensal.

Planejamento - A CDL/BH detectou ainda que a maioria dos entrevistados (66,06%) não faz nenhum tipo de planejamento antes de ir às compras, embora 57,88% sempre façam pesquisa de preços antes de fechar a venda. Dos consumidores entrevistados, 73,58% afirmaram que nunca utilizaram nome de terceiros para realizar compras. Dos que utilizaram, 87,96% quitaram os débitos em dia.

Os supermercados são os locais onde os consumidores mais compram por impulso, segundo 31,1% dos entrevistados. Em seguida estão shoppings (20,38% dos consumidores), lojas de rua/bairros (9,92%), internet/lojas virtuais (8,58%), lojas de departamentos (4,29%), shoppings populares (4,02%), catálogo de revendedores (1,61%) e outros, que incluem lojas de videogames e todos os locais citados (0,54%).

 

Fonte: Diário do Comércio

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