Mercado de trabalho tem o pior julho em 10 anos

22 de Agosto de 2013
por: Pedro Rocha Franco

 

Marcus Vinícius de Sá contratou Weverton Dias: construção forte (ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)  
Marcus Vinícius de Sá contratou Weverton Dias: construção forte
O desaquecimento da economia bateu às portas da geração de empregos formais. Em julho, mês em que a Selic avançou de 8% para 8,5% e o relatório Focus reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,34% para 2,28%, foram abertas 41.463 vagas líquidas em todo o Brasil, saldo de 1.781.308 admissões e dos 1.739.845 desligamentos. É o pior resultado para o mês nos últimos 10 anos (veja quadro). Em Minas, foram gerados 11.633 postos, cerca de 39,5% abaixo do total de carteiras assinadas em julho de 2012 (19.216 vagas). Ainda assim, o estado foi o que mais criou vagas no mês passado. Belo Horizonte, por sua vez, registrou recuo de 1.441 postos – foi o pior resultado entre as 100 cidades mineiras pesquisadas. Já Montes Claros, com 693 vagas, está no topo da lista.

Os dados foram divulgados ontem pelo ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Dias, que procurou não demonstrar pessimismo diante da desaceleração dos números: “Não há preocupação do governo, pois estamos aumentando vagas. Sinceramente eu não acho preocupante”. Dias acrescentou que o balanço está dentro de uma realidade do PIB, cujas previsões de especialistas vêm apontando crescimentos menores para o indicador: “Eu não fiquei desapontado, porque nossa realidade é de um PIB de 1% ou 2%. Não é um número que eu gostaria de divulgar, mas é o que temos”.

A desaceleração no país só não foi maior em razão da agricultura, que gerou 18.133 vagas. As demais altas foram notadas nos ramos de serviços (11.234 postos), indústria da transformação (7.154), construção civil (4.899), comércio (1.545) e administração pública (55). Por sua vez, ocorreram quedas nos serviços industriais de utilidade pública (-1.321 postos) e na extrativa mineral (-236 postos). As vagas geradas em julho, no país, foram 0,1% acima do apurado em junho.

Em Minas, quando levado em conta o confronto entre junho e julho, também houve suave alta, de 0,27%. Assim como no Brasil, o principal destaque para a geração de vagas no estado no mês passado foi a agropecuária, com 3.695 vagas. É importante frisar que em julho há a colheita de culturas importantes para a economia do estado, como o café. Já a indústria de transformação garantiu um saldo líquido de 2.931 novos empregos com carteiras assinadas. A construção civil, com 2.009 vagas, ajudou a evitar desaceleração maior. Um dos postos foi ocupado pelo servente de pedreiro Weverton Carlos Batista Dias, de 27 anos, que sonha “juntar dinheiro para construir a casa própria”. Ele foi fichado pela Construtora Mendes Sá.

Na contramão do desaquecimento no país, a empresa planeja expandir o número de funcionários em cerca de 50% no semestre. “Meu pai sempre me aconselhou a trabalhar para fomentar oportunidades. Estamos com novos projetos”, conta Marcus Vinícius Viana de Sá, sócio da empresa.

O levantamento do MTE mostrou que, no acumulado do ano, foram contratados 907.214 pessoas com carteira. O saldo é 33,5% menor do que o registrado entre janeiro e julho do ano passado (1,364 milhão de postos). Em Minas foram geradas 144.366 vagas.
 
 
 
Fonte: Estado de Minas

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