Preço do leite já é o dobro da inflação e deve subir mais

05 de Setembro de 2013
por: Ana Paula Pedrosa
Partilheira de leite
Causas. Consumo maior que produção, clima ruim, excesso da demanda na China, além de importação inviável, contribuem para alta

O consumidor, que nos últimos meses viu o preço do leite disparar, pode se acostumar a pagar caro pelo produto. Nem a chegada do período chuvoso, que torna os pastos mais fartos, aumenta a produção, e normalmente, barateia o produto, será suficiente para derrubar os preços. A expectativa mais otimista é que, no máximo, o valor pare de subir.

 

“Chegamos a um patamar de preços em que a tendência é estabilizar, mas acredito que não caia”, diz o diretor executivo do Sindicato da Indústria do Laticínio em Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira. “Com a chegada do período chuvoso, a tendência é que os preços se estabilizem em setembro. Depois, pode haver uma leve queda, mas a tendência a curto e médio prazos é que o preço se mantenha no patamar atual”, diz o analista de agronegócio da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Wallinsson Lara.

Neste ano, segundo o Ipead/UFMG, o leite ficou 11,04% mais caro para o consumidor de Belo Horizonte, quase o dobro da inflação, que acumula 5,84% desde janeiro. O valor pago ao produtor subiu ainda mais, 24,2%, de acordo com dados da Faemg.

Lara explica que o aumento de preços se deve, principalmente, ao desequilíbrio entre oferta e demanda. Nos últimos anos, com a melhora do poder aquisitivo da população, o consumo do produto vem crescendo 5,4% ao ano, enquanto a produção sobe 4,6% ao ano. “O aumento de renda incentiva a população a consumir certos produtos, como o leite e seus derivados”, diz.

De acordo com o Silemg, nos últimos dez anos o consumo per capita passou de 125 litros anuais para 180 litros por ano. Apesar da alta, a média ainda é abaixo dos 200 litros por pessoa a cada ano recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Esse aumento de demanda não é exclusividade no Brasil. Nos últimos anos, os chineses também estão bebendo mais leite, o que afetou todo o mercado mundial. Como a demanda é muito grande, os preços subiram. Outro fator que pressionou a alta foi o clima desfavorável em 2012, que elevou os custos do produtor.


Mínimo ideal no país seria de R$ 2.685


São Paulo.
O salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.685,47 em agosto para que ele suprisse suas necessidades básicas e da família, segundo estudo divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A constatação foi feita com base no valor da cesta básica apurado em 18 capitais. No mês, a cesta ficou mais barata em 13 cidades pesquisadas, incluindo Belo Horizonte, onde o valor de R$ 290,54 é 1% menor do que o de julho.

 

Fonte: O TEMPO

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