Famílias de BH devem R$ 1 bi
As famílias de Belo Horizonte têm o terceiro valor mais alto em dívidas do país. Cada uma deve, em média, R$ 1.974. No total, a dívida dos moradores da capital ultrapassa R$ 1,05 bilhão. De 2010 para 2011, a taxa de endividamento cresceu quase dez pontos percentuais, passando de 60,15% para 69,45% no ano passado. Porém, o comprometimento da renda com as dívidas caiu de 30,73% em 2010 para 28,63% em 2011.
Os dados foram divulgados ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio/SP). Nas capitais brasileiras, o número de famílias endividadas aumentou 6,39%, o que corresponde a mais de 525 mil famílias com dívida.
O volume total das dívidas mensais passou de R$ 12,1 bilhões para R$ 13,5 bilhões, representando aumento médio de 11,57%.
O índice de inadimplência, no entanto, se mostrou estável, caindo apenas dois pontos percentuais. Segundo o levantamento, passou de 24,92% em 2010 para 22,9% em 2011.
O nível de comprometimento médio da renda mensal das famílias brasileiras com dívidas permaneceu em 29,5%, o que pode ser considerado um índice saudável, destacou a Fecomercio/SP.
No período analisado, o volume da dívida teve um aumento de 11,57% nas capitais, passando de R$ 145,1 bilhões em 2010 para R$ 161,9 bilhões no encerramento de 2011. O valor do último ano equivale a R$ 13,5 bilhões em dívidas por mês.
O rendimento das famílias endividadas no período também aumentou, passando de R$ 491,5 bilhões para R$ 549,2 bilhões, ou R$ 45,8 bilhões por mês. O crescimento de 11,7% no rendimento permitiu que o brasileiro, apesar de endividado, comprometesse parcela ligeiramente menor da renda com dívidas.
Na média das capitais, a parcela de renda comprometida passou de 29,53% para 29,49%. De acordo com a Fecomercio/SP, os economistas mais conservadores consideram saudável ter até um terço da renda comprometida com dívidas.
Capitais. Na cidade de São Paulo, 47% das famílias tinham dívidas em dezembro de 2011. Em números absolutos, a capital paulista é a que tinha maior quantidade de famílias endividadas - mais de 1,6 milhão. No período analisado, de 2010 para 2011, o total de endividados na região recuou 0,27%.
A capital com maior proporção de famílias endividadas é Curitiba (90,3%). O resultado de 2011 é 42,4% superior ao de 2010. O maior aumento na quantidade de famílias com dívidas, contudo, foi registrado em Florianópolis: 88,8% das famílias na capital catarinense estavam endividadas em dezembro de 2011, número 45,6% maior do que o de 2010. (Com agências)
Juros
Recorde. Além da multiplicação dos plásticos, a elevada taxa de juros cobrada pelos cartões joga mais lenha na inadimplência. Dados do Banco Central mostram que o calote do cartão acima de 90 dias atingiu 29,5% em maio.
O resultado de junho para os cartões supera de longe a importância dos carnês e boletos bancários (22%) e dos cheques (24%)como vilões da inadimplência. Em março, o cartão já havia desbancado o carnê e passou a liderar o ranking dos meios de pagamento que levaram o consumidor a engrossar a lista da inadimplência.
Especialistas ressaltam que o avanço do uso do cartão sobre outros meios de pagamento e a multiplicação dos plásticos explicam parte do resultado.
Este ano deve fechar com 193,2 milhões de cartões de crédito, segundo projeções da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). A marca supera a população do país.