Em uma semana, casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti disparam em Minas

03 de Fevereiro de 2016

Em uma semana, o Aedes aegypti mostrou toda a força da epidemia esperada para 2016 em Minas Gerais. Além da confirmação de duas mortes por dengue, as primeiras de 2016, as infecções pelos vírus que provocam a dengue, chikungunya, zika e os casos de microcefalia ligados a essa última doença cresceram expressivamente.

Em um período de sete dias, os casos prováveis de dengue aumentaram 81% e os de febre zika em investigação mais que dobraram. A previsão da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) é de que esses últimos aumentem ainda mais nas próximas semanas, já que desde o dia 1º a notificação de infecção por zika passou a ser obrigatória, compulsória e universal, como já ocorre para os casos de microcefalia e de gestantes com sintomas.

Causas prováveis
Segundo Fernando Avendanho, assessor da Superintendência de Vigilância Epidemiológica Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, vários fatores podem explicar o crescimento expressivo de casos em um período tão curto.

“Ainda não fizemos uma análise, porque o banco de casos é formado a partir do cadastro de cada município. Entretanto, temos algumas suposições. Estamos trabalhando com as secretarias municipais de saúde a importância do cadastro imediato dos casos, mas isso depende da estrutura de cada cidade. O fato de janeiro ser um mês de férias, por exemplo, pode ter resultado em registros parados e só agora repassados”, explica Fernando, para quem o maior impacto deve ser o aumento de circulação do mosquito transmissor das três doenças.

O verão, e principalmente este período pós-chuva, é a época do ano mais propícia à circulação do vetor e, consequentemente, da transmissão dos vírus. Vários municípios estão vivenciando, agora, um aumento na proliferação do mosquito.

“Temos uma expectativa negativa. Em relação à dengue, já fechamos janeiro com mais registros que o mesmo período em 2013, ano de maior número de casos em Minas. A partir de novembro há um aumento na circulação do Aedes aegypti e ocorre essa progressão de casos nos meses seguintes. Só em abril esse número deve começar a cair, assim como o das outras doenças transmitidas pelo mosquito”, projeta Avendanho.

No caso da chikungunya, muitos dos registros suspeitos são da divisa com o Rio de Janeiro. Não há nenhum confirmado. Embora o número de casos em investigação tenha aumentado 171%, a SES-MG ainda aguarda a confirmação de casos de transmissão autóctone, aquela que ocorre no próprio estado. Por enquanto, Minas só tem casos vindos de outros estados. Já em relação à zika, a situação é mais grave: o vírus que provoca a infecção já é transmitido por aqui.

Na segunda-feira, a Secretaria Municipal de Juiz de Fora confirmou um caso de zika em uma gestante de 35 anos, mas o registro não entrou para os dados oficiais porque o exame foi feito em laboratório particular. A SES-MG está tentando obter uma amostra do material para enviar aos laboratórios oficiais, da Fiocruz.

A microcefalia atribuída ao zika vírus também fez mais vítimas. Já são 85 casos notificados, entre bebês com perímetro cefálico menor que 32 cm e gestantes com exantemas, manchas vermelhas que são o principal sintoma da febre zika. São 19 recém-nascidos em investigação, contra oito da semana passada. Já as gestantes em acompanhamento passaram de 16 para 22.

Fonte: www.uai.com.br

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