Classe C impulsiona a limpeza no Brasil
20 de Julho de 2012 às 08:43
por: Carolina Mansur
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Luciene Silva Menezes e Itagiba Alves dos Santos não economizam na hora da limpeza |
Casas cada vez mais cheirosas e limpas justificam a pesquisa da Pyxis Consumo, ferramenta do Ibope, que aponta para este ano gasto médio de R$ 93,77 por brasileiro com produtos de limpeza. Na soma nacional, o consumo deve atingir R$ 15,29 bilhões – valor que supera os R$ 14,4 bilhões faturados pelo setor em 2011 e os R$ 13,5 bilhões de 2010. As responsáveis por esses números seriam as classes C, D e E, que correspondem a 52,7% dos entrevistados pela Pyxis Consumo. Na divisão por região, a pesquisa aponta que o Sudeste deverá sair na frente com quase a metade do potencial de consumo nacional com 48,65%. Em Minas Gerais, os principal público dos produtos de limpeza também pertencem às classes C, D e E, que representa 57,83% dos consumidores. O restante fica divido entre as classes A com 7,69% e a B com 34,48%. Juntos, os consumidores mineiros devem movimentar algo em torno de R$ 1,49 bilhões neste ano.
Com as boas expectativas de crescimento, o faturamento estimado pela indústria de produtos de limpeza em 2012 é de 2% a 3% acima da média da economia, que segundo analistas deverá ficar em no máximo 3% neste ano. No entanto, os mesmos artigos de limpeza responsáveis por um faturamento bilionário pouco impactam na variação da inflação. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o peso desses produtos no bolso das famílias brasileiras era de 0,78% em janeiro de 2010, enquanto hoje representa 0,83% das despesas.
Já o reajuste dos preços, segundo o IBGE, no mesmo período, foi menor que a inflação. Enquanto o reajuste dos preços dos artigos de limpeza foi de 12,58%, a inflação ficou em 15,41%, fazendo com que os produtos gerassem impacto de 0,10% na inflação. Os números reforçam, portanto, a justificativa da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), que atribui a expectativa de crescimento de faturamento ao maior poder de compra do brasileiro, viabilizado pelo aumento da renda.
Ainda de acordo com a Abipla, o bom momento também é resultado dos investimentos do setor em inovação, que viabiliza a oferta de produtos diferenciados para atender as demandas de um público cada vez mais criterioso. “Esse é um setor de muita concorrência onde todos trabalham para atender as exigências do consumidor, que são cada vez maiores e mais específicas”, revela a presidente executiva da Abipla, Maria Eugênia Proença Saldanha.
Viciada em novidades, a cabeleireira e dona de casa Luciene Silva Menezes, que compra mensalmente cerca de R$ 400 em produtos de limpeza, também não se prende a lista de compras e é adepta aos lançamentos que prometem resolver os problemas da faxina. “Hoje precisamos de um produto para a cozinha, outro para o banheiro, outro para o piso e aí vem a necessidade de testar tudo”, garante.
Como resposta de um indústria, que está mais atenta ao seu cliente, está a oferta de produtos que atendem o novo modo de consumir das donas de casa. “As consumidoras passaram por revoluções interessantes e não querem apenas um produto de limpeza, querem também produtos que sejam dermatologicamente testados, que não estraguem as unhas, mas que não deixe de atender as necessidades diárias”, revela o gerente de marketing da Ingleza, Roberto Soares.
Fonte: Estado de Minas