Tempo seco atinge Minas e exige cuidados especiais com a saúde
Até a próxima sexta-feira a população de Belo Horizonte e região metropolitana irá sofrer com a baixa umidade do ar, que deverá ficar abaixo dos 30%, principalmente no período da tarde. A Defesa Civil da capital lançou ontem um alerta informando sobre a chegada de uma massa de ar que deve deixar o tempo seco. À tarde, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 26% de umidade do ar na Região da Pampulha.
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Poliana Gomes precisou levar o filho Miguel, de apenas 1 mês, ao centro de saúde do Bairro Santa Lúcia para uma avaliação médica |
Quem mais sente os efeitos do tempo seco são os idosos e as crianças. Miguel, com apenas um mês de vida, está com tosse e chiado no peito. A mãe, Poliana Gomes dos Santos, levou o menino ao Centro de Saúde Santa Lúcia, na Barragem Santa Lúcia, Região Centro-Sul, para uma avaliação médica. Miguel não vai precisar fazer inalação, mas a mãe recebeu orientações para minimizar o mal estar do pequeno. E não é só Miguel que sofre com tempo seco. Poliana também já está acostumada. “Meus dois outros filhos também têm crises de bronquite, mas dessa vez, só o Miguel sentiu”, conta a mãe.
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Thaís Honorato, tia do Cauã Alexandre |
Cauã Alexandre, de 2 anos, também precisou de atendimento médico ontem devido à baixa umidade do ar. Essa é a segunda vez esse ano que ele vai à emergência do Hospital Infantil João Paulo II. A tia Thaís Honorato foi quem o levou para o atendimento. “Ele tem bronquite e quando o tempo está seco como hoje (ontem) ele fica com falta de ar. Normalmente toma um remédio e faz inalação porque não consegue respirar”, relata Thaís.
Infecções
O vice-presidente do Departamento de Alergologia da Associação Médica de Minas Gerais, Cláudio Oliveira Iani, explica que o grande malefício da baixa umidade é ressecar as vias aéreas, abrindo “portas” para as infecções. “A mucosa irritada pode dar entrada para vírus ou bactérias, por isso o ar seco aumenta o risco de contrair infecções.” O alergologista diz que para as pessoas alérgicas, a maior quantidade de pó em suspensão no ar é um agravante dos sintomas. “Ao contrário do que muita gente pensa, o que causa a reação alérgica é o pó doméstico com ácaros acumulados em camas e sofás. O que a poeira da rua pode provocar são sintomas respiratórios, dificilmente irão desencadear uma alergia”, diz.
Para evitar o ressecamento das mucosas pelo ar seco, o conselho do especialista é usar umidificadores (ou uma bacia com água) e ingerir muito líquido. “Essa secura faz mal para todo mundo, seja alérgico ou não. Por isso é preciso beber muita água, muito suco. Às vezes, a sonolência logo depois do almoço e no final de tarde é desidratação”, ressalta Cláudio Iani.
Norte a Sul
O tempo seco não atinge apenas BH. Em Araxá, no Alto Patranaíba ontem à tarde a umidade era 27%. Em Montes Claros, no Norte do estado, a umidade relativa do ar chegou a 20% e em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, 26%. Para quantificar a umidade do ar, o Inmet adota uma escala de avaliação. Quando a umidade está entre 20 e 30%, trata-se de estado de atenção, no qual se encontram Belo Horizonte e toda a região metropolitana. Nesses casos, a recomendação é umidificar ambientes e evitar exercício físico ao ar livre entre 11h e 15h.
Se a umidade atingir uma média entre 12% e 20%, o Inmet lança o estado de alerta e se ficar abaixo dos 12% trata-se de estado de emergência. Nesses casos, a recomendação, além da umidificação de ambientes, é interromper qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h, como aulas de educação física e entrega de correspondência.
Proteja-se
» Beba muita água, água de coco e sucos naturais
» Prefira alimentos leves e frescos, como saladas, frutas e carnes grelhadas. Evite frituras
» Durma em local arejado. Para umedecer o ambiente, use aparelhos específicos ou coloque uma bacia com água no ambiente
» Evite atividades físicas ao ar livre e exposição ao sol entre as 10h e 17h
» Evite banhos com água muito quente, pois ressecam ainda mais a pele
» Em caso de problemas respiratórios, procure um especialista
Fonte: Estado de Minas