Patrus parte para o ataque contra Lacerda

24 de Julho de 2012 às 09:43
por: Daniel Camargos
O candidato a prefeito de Belo Horizonte Patrus Ananias (PT) deixou nessa segunda-feira a postura pacífica de lado e partiu para o ataque contra o atual prefeito e candidato a reeleição, Marcio Lacerda (PSB), criticando a sua gestão. “A saúde em Belo Horizonte está muito mal. Retrocedeu nos últimos anos”, afirmou, sem no entanto mencionar o fato de que o seu partido ainda participa da administração da capital com mais de 900 cargos comissionados. Na verdade, Patrus escolhe a saúde para suas primeiras investidas contra Lacerda porque é uma área comandada pelo PSDB. O candidato petista disse que a gestão de Lacerda não construiu duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) combinadas no Orçamento Participativo (OP), uma na região Leste e outra na Oeste. Outra acusação é que 100 unidades do Programa Saúde da Família (PSF) estão sem médicos.

As declarações foram feitas nessa segunda-feira de manhã, em encontro com filiados da União Geral dos Trabalhadores (UGT), entidade sindical ligada ao PSD. O presidente da UGT em Minas Gerais, deputado federal Ademir Camilo (PSD), disse que a organização ainda não definiu qual candidato vai apoiar, mas que ele está fechado com Patrus, assim como o presidente nacional da legenda, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab – responsável por rachar o partido em Belo Horizonte ao fazer uma intervenção na direção municipal, que escolhera apoiar Lacerda. Kassab já sofreu duas derrotas na Justiça Eleitoral, que confirmou a aliança do PSD de BH com o atual prefeito.

 
Nessa segunda-feira, Patrus repetiu a tática, que deve ser padrão em toda a campanha, de destacar o que fez quando governou Belo Horizonte, entre 1993 e 1996. Patrus destacou que foi pioneiro ao criar as UPAs na cidade, que depois foram implantadas pelo governo federal. Iniciou também os atendimentos de resgate pioneiros do Samu e triplicou a capacidade de atendimento do Hospital Odilon Behrens.

Além da saúde, Patrus criticou a mobilidade urbana e a cultura. “Querem tirar a cultura das ruas e praças de BH”, disse Patrus. Ao falar para sindicalistas, principalmente rodoviários e comerciários, o candidato prometeu diálogo com as categorias. Afirmou que não vai interferir em greves. “Como advogado trabalhista considero fundamental que os direitos sejam rigorosamente respeitados”, afirma. “O trabalho deve prevalecer sobre o capital.”

O candidato destacou, mais uma vez, o OP, criado em sua gestão, e disse que faltou a participação das centrais sindicais e dos sindicalistas. Patrus, entretanto, fez questão de ressaltar que as críticas à administração de Lacerda não têm caráter pessoal. “É uma questão de conteúdo. Tudo que é bom vai ser mantido e ampliado”, promete o candidato, que reconheceu os méritos da administração o socialista na questão da educação.

ENCONTRO Ademir Camilo explicou que todos os candidatos foram convidados para o encontro com os sindicalistas. Antes de Patrus, falaram Tadeu Martins (PPL) e Vanessa Portugal (PSTU). “Lacerda já tinha um encontro com outras entidades sindicais e enviou uma carta explicando que não poderia vir”, disse Camilo. A decisão sobre quem receberá o apoio oficial da UGT-MG sairá na segunda-feira.

Ontem à noite, Patrus participou da primeira plenária da campanha nas regionais. Ele se encontrou com lideranças e moradores do Barreiro para discutir as demandas e compromissos para a região.

Outro lado

Ao tomar conhecimento dos ataques feitos pelo candidato Patrus Ananias (PT), a coligação que apoia a reeleição de Marcio Lacerda reconhece, em nota, que ainda há muito a fazer, mas que é importante esclarecer que o quadro melhorou nos últimos anos. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, Belo Horizonte apresentou o melhor índice de desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS) entre cidades com população superior a 2 milhões de habitantes. Além disso, lembra que o governo Lacerda recebeu grande quantidade de obras do Orçamento Participativo atrasadas, “fato que é de conhecimento amplo”. A nota informa também que o número de equipes do Programa de Saúde da Família cresceu na atual administração, saindo de 513, em 2009, para 579 em 2012.
 
 
Fonte: Estado de Minas

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