Sindicalistas se dividem em BH
Levantamento do jornal O TEMPO revela que o candidato petista à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias, possui maior adesão à sua candidatura por parte das centrais sindicais do que o socialista Marcio Lacerda, candidato à reeleição. Durante esta semana, os dois candidatos se dedicaram a buscar o apoio das associações da capital.
Os dados são baseados em uma estimativa do número de trabalhadores representados pelas centrais sindicais em Belo Horizonte que declararam apoio às candidaturas dos dois concorrentes.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) na capital e parte da região metropolitana conta com cerca de 1 milhão de associados. Apesar de a entidade não confirmar o apoio oficial ao ex-ministro, boa parte dos sindicatos filiados à central deve apoiar Patrus. "Temos o apoio de vários sindicalistas ligados à CUT", afirma o presidente municipal do partido, Roberto Carvalho. Hoje, Patrus Ananias tem presença confirmada na abertura de um seminário no sindicato dos trabalhadores em telecomunicações, organizado pela CUT.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) já declarou apoio ao petista. "Tivemos uma reunião com a executiva da CTB e decidimos que o Patrus é o melhor nome. Vamos entregar uma carta de apoio à candidatura dele. Entendemos que ele já tem uma tradição mais democrática com o social. Vamos participar ativamente da campanha", afirma o presidente interino da CTB, José Antônio Lacerda. Cerca de 300 mil trabalhadores são representados pela entidade na capital.
Socialista. Marcio Lacerda também já garantiu o apoio de uma entidade de trabalhadores. A Força Sindical, que representa cerca de 50 sindicatos em Belo Horizonte, somando cerca de 430 mil associados, confirmou o atual prefeito como o candidato. Também hoje Lacerda tem encontro marcado no Sindicato dos Comerciários.
"O projeto do Marcio (Lacerda) é o melhor para os trabalhadores neste momento. Vamos conversar com os sindicatos e apresentar seu projeto, que deu certo na cidade. Vamos fazer material específico para os trabalhadores", afirmou Rogério Fernandes, que se licenciou do cargo de presidente da Força Sindical para coordenar uma frente dentro da campanha de Lacerda.
A Central Sindical e Popular (CSP), o Conlutas, não irá apoiar um candidato oficialmente. O presidente da entidade, porém, diz ter mais afinidade com os partidos de esquerda. "O nosso posicionamento não é de indicação. Queremos candidatos que se identifiquem com o nosso programa. Temos mais identidade com o PSTU e o PSOL". Vanessa Portugal é a candidata do PSTU, e Maria da Consolação é o nome do PSOL.
Para o presidente municipal do PT, Roberto Carvalho, o partido está seguindo a sua história. "Isso faz parte da nossa vida. Não estamos usando isso como campanha. Nós não forçamos a barra. Estamos dialogando com todos os setores sociais", afirmou.
Carvalho ainda fez questão de lembrar a história do ex-ministro Patrus Ananias, que iniciou a sua carreira como advogado sindicalista. (GP)
A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Minas, Beatriz da Silva Cerqueira, afirma que a entidade irá discutir os interesses da classe com todos os candidatos. "Evidentemente que nós podemos discutir e denunciar os projetos que não nos interessam", afirma.
Beatriz, porém, faz críticas à gestão do socialista Marcio Lacerda e ao seu indicado a vice, Délio Malheiros, que é do PV. "A atual gestão não deu conta de dialogar com o trabalhador. O PSB, que hoje ocupa a secretaria de Educação, não ouviu nossas reivindicações. Com isso, tivemos 112 dias de greve. O PV, que é o vice, vota tudo contra o trabalhador na Assembleia (Legislativa). Vamos levar tudo isso em consideração".
Na última segunda-feira, o prefeito Marcio Lacerda criticou a CUT - historicamente ligada a petistas -, e a relação da central com o governo federal. "A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é importante, mas não tem mais a importância que teve no passado à medida que muitos dos seus membros passaram a ocupar cargos no governo federal", cutucou.
Indefinido. A União Geral dos Trabalhadores (UGT) segue sem definição em relação ao apoio dos candidatos a prefeito da capital.
O presidente da entidade em Minas, deputado federal Ademir Camilo (PSD), esteve ao lado de Patrus Ananias (PT) durante evento que reuniu 13 sindicatos, na última segunda-feira. No mesmo dia, no entanto, diversos representantes da central participaram de outro evento que contou com a participação do prefeito Marcio Lacerda.
Uma reunião da executiva estadual da entidade está marcada para o próximo dia 30, quando será definido o apoio da UGT. Na capital, a entidade representa cerca de 500 mil trabalhadores. (GP)
Fonte: O TEMPO