Apoio pode acabar em expulsão no PSB

01 de Agosto de 2012 às 09:02
por: Isabella Souto e Leonardo Augusto

 

 
Marcio Lacerda, que participou de evento de campanha em Venda Nova na segunda-feira, criticou a posição dos rebeldes do partido   (Marcos Michelin/EM/D.A PRESS)  
Marcio Lacerda, que participou de evento de campanha em Venda Nova na segunda-feira, criticou a posição dos rebeldes do partido
O candidato do PT a prefeito de Belo Horizonte, Patrus Ananias, recebeu ontem o apoio de 20 filiados do PSB, partido de seu principal adversário, Marcio Lacerda, que disputa a reeleição. A mudança de lado, no entanto, poderá resultar na expulsão dos rebeldes. A punição está prevista no estatuto da legenda. Conforme o documento, decisões retiradas em convenções, como a candidatura de Marcio Lacerda pela reeleição, têm de ser acatadas por todos os militantes. A possibilidade de aplicação da sanção foi confirmada ontem por um dos integrantes do comando da legenda do prefeito em Belo Horizonte, que não quis se identificar.

Em manifesto entregue a Patrus, os socialistas alegaram que a administração do colega de partido tem sido marcada por um “gerenciamento dito empresarial, centralizador e autoritário” que desrespeita a “tradição democrática de ouvir a sociedade”.

Na noite de segunda-feira, quando já havia sido informado sobre o anúncio feito ontem pelos dissidentes do PSB, o prefeito comentou o posicionamento dos ex-aliados. “São pessoas respeitáveis, mas sob a direção delas o partido não cresceu. São pessoas, digamos, boas, mas que nunca souberam dirigir o partido”, disse Lacerda, quando participava de um evento da campanha de um vereador do PRP em Venda Nova. Segundo o prefeito, os ex-colegas de partido ainda deixaram as finanças do PSB em “situação lamentável”.

Em evento no comitê da chapa PT/PMDB localizado no Bairro de Lourdes, Região Centro-sul da capital, Patrus Ananias agradeceu o apoio e afirmou que a presença de ala do PSB na campanha consolida a sua candidatura como de “centro-esquerda”. “Temos o compromisso de governar para todos, dialogar com os segmentos da sociedade com um olhar mais atento para aqueles que precisam mais”, afirmou o petista, ao lado do candidato a vice, Aloísio Vasconcelos.

Patrus evitou comentar as críticas feitas ao adversário. “Estou recebendo o apoio e vamos caminhar juntos”, limitou-se a dizer. Como a legislação não permite que filiados a partidos que não integrem a chapa gravem depoimentos para o programa de rádio e televisão, os socialistas se limitarão a participar de eventos públicos e pedir votos em suas bases. Eles ainda integrarão a equipe de coordenação da campanha.

Integrante do diretório nacional do PSB e ex-presidente da legenda em Minas Gerais por três mandatos, Waldo Silva afirmou que o grupo não é dissidente, pois eles estão apenas sendo coerentes com o projeto partidário. Segundo ele, o apoio a Patrus não foi discutido com a direção nacional da legenda, mas até agora ele não recebeu nenhuma crítica ou ameaça de retaliação.

Comissão O primeiro passo para a expulsão é o envio de representação contra os dissidentes por um integrante do PSB. Em seguida o documento é enviado à Comissão de Ética. Um parecer é emitido e colocado em votação pela executiva municipal, formada por sete integrantes, entre os quais o presidente municipal da legenda, João Marcos Lobo, os vereadores Daniel Nepomuceno e Alexandre Gomes e o secretário municipal de Serviços Urbanos, Píer Senesi. Do grupo, todos são aliados de Lacerda.

 

Filiados ao PSB entregaram manifesto ao candidato do PT, Patrus Ananias, em que declaram seu apoio. Eles não se consideram dissidentes
 (Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)  
Filiados ao PSB entregaram manifesto ao candidato do PT, Patrus Ananias, em que declaram seu apoio. Eles não se consideram dissidentes
Segundo João Marcos, as declarações dos dissidentes são por desinformação ou oportunismo eleitoral e má-fé. “Não se pode falar de autoritarismo. A prefeitura realizou reuniões com a participação de 10 mil pessoas para o Planejamento Participativo. A direção do PSB também se encontra com militantes toda semana. Essas pessoas estão afastadas da vida partidária. Não participaram das últimas 50 plenárias realizadas pela legenda”, disse João Marcos. Em nota, o PSB afirma ainda ter minimizado “a importância dessa dissidência, formada por cidadãos sem representatividade política”.

Vandalismo

Os muros pintados na Savassi por artistas plásticos de Belo Horizonte com a propaganda da campanha de reeleição do prefeito Marcio Lacerda amanheceram ontem pichados com imagens e palavras ofensivas. As intervenções da campanha estão nas ruas desde 21 de julho. Os muros foram pintados por artistas como Fernando Pacheco, Renato Loureiro e Léo Piló.
 
 
 
Fonte: Estado de Minas

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