Indústria para de cair, mas é cedo para falar em crescer

02 de Agosto de 2012 às 10:06
RIO DE JANEIRO. As vendas de automóveis aumentaram em junho, impulsionadas pela redução do imposto. Com isso, a indústria automobilística voltou a produzir, contribuindo para a leve alta de 0,2% que a produção industrial brasileira registrou no mês, em comparação ao mês de maio, explicou ontem o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Luiz Macedo. Foi a primeira alta mensal após três quedas consecutivas. Mas o avanço veio mais tímido que o esperado.

Na comparação com junho do ano passado, porém, a produção industrial brasileira sofreu um tombo de 5,5%. É o décimo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação e o mais intenso desde setembro de 2009 (-7,6%).

"O resultado mostra uma clara predominância de resultados negativos para o setor industrial. O crescimento representa interrupção da série negativa, mas ainda não é possível dizer que seja uma tendência de reversão", analisa.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já dá para fazer essa afirmação. Ele avaliou que a produção industrial passa por um "ponto de inflexão" e está "dando uma virada". De acordo com pesquisa da agência de notícias Reuters, os analistas do mercado financeiro esperavam que a atividade cresceria 0,8% na passagem de maio para junho.
 
Resultado indica Selic menor que o esperado
 
São Paulo. O avanço de apenas 0,2% da produção industrial em junho ante maio recoloca no jogo a possibilidade de a taxa básica de juros (Selic) ser reduzida novamente em outubro. Essa é a avaliação do economista-chefe da CM Capital Markets, Darwin Dib, para quem o resultado de junho não provocou o susto causado no mês de maio, mas traz questionamentos sobre a avaliação do governo e do Banco
Central de que a economia já está em um processo de recuperação.

Segundo Dib, que ainda trabalha com a possibilidade de a Selic terminar 2012 em 7%, tudo também depende das decisões de política monetária dos Estados Unidos e do Banco Central Europeu.

O mercado já dá como certa mais uma redução de 0,50 ponto porcentual da Selic em agosto. Hoje a taxa está em 8% ao ano. Mas, após a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os agentes reduziram sensivelmente as apostas na possibilidade de a taxa básica ficar abaixo de 7,50%.
 
 
Estoques foram reduzidos
 
Buenos Aires. A indústria automobilística começa a reduzir os seus estoques, mas não o suficiente para aumentar significativamente a produção de automóveis. A atividade apresentou alta de 3% na passagem de maio para junho, após queda de 3,2% em maio ante abril. Esse desempenho influenciou diretamente o resultado de bens de consumo duráveis, cuja produção cresceu 4,8% na margem e caiu 6% em relação a junho de 2011. Segundo o IBGE, a produção não avançou na mesma magnitude do licenciamento porque os estoques estavam mais elevados.
Fonte: O TEMPO
 

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