Criação de vagas perdeu fôlego e já preocupa país
São Paulo. O ritmo de criação de vagas perdeu fôlego e hoje é o mesmo do início da turbulência global em 2008. Foram geradas 858 mil novas vagas no primeiro semestre, 407 mil a menos comparado a igual período de 2011, quando foram criados 1,265 milhão de postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
A geração de vagas perdeu ritmo em todos os segmentos da economia, incluindo alguns que viviam um "boom", como construção civil e comércio. A situação da indústria, que amarga altos estoques e produção estagnada, é a mais grave. Em junho, a indústria de transformação gerou metade dos 22,6 mil criados em junho de 2011. "A desaceleração começa a ter impacto no mercado de trabalho", disse o economista Caio Machado, da LCA Consultores.
Com a piora da crise na Europa, a desaceleração na China, a queda dos investimentos e a inadimplência no Brasil, a confiança dos empresários foi abalada, reduzindo as contratações. "A situação da indústria já causa desconforto", disse o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.
No segundo semestre, as medidas do governo para incentivar o consumo devem dar fôlego ao mercado. Mas, nas projeções do Bradesco, o país criará 1,26 milhão de novas vagas em 2012, abaixo da média de 1,55 milhão de novas vagas dos últimos cinco anos. "O que preocupa é 2013. Se não houver uma reativação dos investimentos, será um ano completamente diferente", disse José Pastore, da Universidade de São Paulo.
Fonte: O TEMPO