Governo adia novo pacote contra a crise
07 de Agosto de 2012 às 08:55
por: Rosana Hessel e Sílvio Ribas
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Aeroporto de Confins: terminal deveria estar entre os próximos a ser leiloados, mas governo recuou |
Dirigentes de empresas que respondem por parcela considerável do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, como Vale, Odebrecht, Marcopolo, Embraer, Itaú e Bradesco, devem participar da reunião com Dilma, além de representantes de entidades de classe, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O adiamento acabou atendendo aos interesses do governo, que está com dificuldades para fechar a conta dos investimentos diante da queda no ritmo da arrecadação tributária e da pressão do funcionalismo por reajustes de salários. A necessidade de novas medidas de estimulo, no entanto, é cada vez mais urgente diante do pessimismo com o crescimento da economia. No relatório Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, analistas do mercado financeiro estimam que o PIB crescerá apenas 1,85% em 2012, previsão ainda mais baixa ante a 1,9% da semana anterior.
A redução do custo da energia é um pedido antigo dos empresários. Eles reclamam que os diversos encargos que incidem na conta de luz, encarecem a produção e tiram a competitividade dos produtos brasileiros diante dos competidores externos. Desse modo, em muitos casos, acaba sendo mais barato importar do que produzir localmente. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a desoneração planejada pelo governo deverá baratear a tarifa em mais de 10%.
A grande expectativa em relação às novas medidas está no chamado "PAC da infraestrutura", o novo programa de concessões de rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e obras de energia, que visa ao mesmo tempo retirar barreiras ao desenvolvimento e elevar a taxa dos investimentos. "Oportunidades não faltam", ressalta Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que torce por uma presença maior do capital privado em grandes obras.
Pressão Entretanto, a pressão das construtoras é maior sobre os aeroportos. O governo já leiloou três grandes terminais – Brasília, Guarulhos (SP) e Campinas (SP) –, mas recuou na intenção de realizar uma segunda rodada. A expectativa era de que os próximos alvos seriam Confins, na Grande BH, e Galeão (RJ). A Secretaria de Aviação Civil (SAC) reafirmou que, por enquanto, o assunto só está sendo discutido pelo governo. Hoje, Dilma deverá acertar detalhes do plano com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.
Fonte: Estado de Minas