Governo deve elevar preço da gasolina neste ano, diz jornal
SÃO PAULO - Após o prejuízo de R$ 1,3 bilhão da Petrobrás no segundo trimestre deste ano, o governo brasileiro passou a cogitar um aumento do preço da gasolina ainda neste ano, a fim de evitar mais perdas no balanço financeiro da estatal petrolífera e diminuir a defasagem de preços com o mercado internacional. É o que informa a edição desta quarta-feira do jornal O Globo.
Segundo o periódico, a inflação baixa no País permitiria esse reajuste e não colocaria em risco a política de queda dos juros básicos (Selic). O último aumento nos combustíveis, ocorrido em junho, teve impacto menor nas bombas de diesel e gasolina, já que, na época, o governo zerou a Cide - imposto que incide sobre os combustíveis.
Ainda assim, o jornal informa que ainda não está decidido quando e como será feita a recomposição. Tampouco foi batido o martelo se há necessidade de recompor toda a defasagem nos preços dos combustíveis - que está entre 10% e 15%, segundo o periódico - ou se será feito apenas um alinhamento dos preços à realidade no mercado internacional.
Dividendos
Ainda segundo O Globo, o governo não quer amargar por completo o megaprejuízo da Petrobrás no trimestre passado. A ideia da companhia é estender às ações ordinárias (ON, com direito a voto) a mesma regra de distribuição de dividendos aplicado aos papéis preferenciais (PN, sem direito a voto), tomando como base os 3% do patrimônio líquido. Atualmente, os dividendos das ações ON são baseados em, no mínimo, 25% do lucro líquido. Já os papéis PN podem ter seus ganhos baseados nos mesmos 25% do lucro líquido ou em 3% do patrimônio líquido.
Diante da proposta da estatal petrolífera de mudar a política de distribuição de dividendos das ações ON, o volume de recursos a ser recebido pela União e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode crescer 28,2%, passando para R$ 3,362 bilhões em 2012 - ou R$ 741 milhões a mais no caixa do governo. A medida também beneficiaria investidores estrangeiros acionistas da empresa.
Fonte: O Estadão