Vereadores de BH querem punição a ministro por declaração favorável a Patrus
Os vereadores Alexandre Gomes (PSB), Bruno Miranda (PDT) e Ronaldo Gontijo (PPS) protocolaram na manhã desta sexta-feira, no Ministério Público Eleitoral e no Ministério Público Federal, ação contra o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pedindo a improbidade do ministro no exercício do cargo por fazer uso da máquina pública para, de acordo com os parlamentares, beneficiar a candidatura de Patrus Ananias (PT) a prefeito de Belo Horizonte.
Padilha esteve em Belo Horizonte, na sexta-feira e no sábado passado, quando declarou que, se eleito, Patrus teria prioridade na liberação de recursos do Ministério da Saúde. “Isso é um desrespeito ao cidadão belo-horizontino”, criticou o vereador Alexandre Gomes (PSB). A iniciativa dos vereadores pode implicar em perda do cargo para o ministro, após oferecimento de denúncia da promotoria, se a Justiça julgar procedente a denúncia dos parlamentares
Repercussão
O senador Aécio Neves também já havia se manifestado, esta semana, sobre o assunto ao considerar “patética”a declaração de Padilha. “A ditadura durante 20 anos impediu que os brasileiros elegessem os seus prefeitos de capitais exatamente para defender esse alinhamento automático. Esse é o discurso do atraso, que mostra a meu ver, um certo temor da candidatura adversária”.
Segundo Aécio, Minas e Belo Horizonte terão recursos do governo federal por que têm direito. “Governei por oito anos com o presidente Lula e jamais Minas foi preterida. Lula teve uma relação republicana, não por atenção a mim, mas por atenção a Minas. É triste ver um ministro de Estado chegar com um discurso do retrocesso, que terá a repulsa dos mineiros”, acrescentou.
O prefeito Marcio Lacerda e candidato à reeeleição também criticou Padilha esta semana. “Ele está sendo indigno do cargo que ocupa, se afirma que se o seu candidato ganhar terá um tratamento diferenciado”. Para Lacerda, apesar da boa relação que a Prefeitura de Belo Horizonte mantém com o Ministério da Saúde, muitos repasses de recursos estão atrasados. “Várias demandas nossas não têm sido bem atendidas. Mas imagino que não seja em função da disputa política”, afirmou, sem especificar que tipo de pleitos estão sendo desconsiderados.
Fonte: Estado de Minas