Mercado eleva inflação em 2012 para 5,15% e reduz PIB para 1,75%

20 de Agosto de 2012 às 09:37

Após recorrentes sinais de aceleração dos preços, o mercado elevou pela sexta vez seguida a projeção para a inflação neste ano, e reduziu a perspectiva para o crescimento da economia mesmo diante de dados recentes indicando uma recuperação da atividade, mostrou pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.

Em relação à política monetária, os analistas consultados mantiveram a visão de mais afrouxamento neste ano. A perspectiva é de que a Selic, atualmente na mínima recorde de 8%, termine o ano a 7,25%, visão inalterada ante a semana passada. Para 2013, a projeção foi reduzida para 8,38%, ante 8,50% anteriormente.

 

Ainda, os analistas mantiveram a expectativa de mais uma redução de 0,50 ponto percentual na Selic na reunião dos dias 28 e 29 de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom), para 7,50%.

Segundo a pesquisa, as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano apontam para alta de 5,15%, ante 5,11% no período anterior. Para 2013, os especialistas mantiveram a projeção em 5,50%.

Com isso, o mercado vê a inflação se afastando ainda mais do centro da meta oficial, de 4,5%, impulsionada pela contínua aceleração dos indicadores de inflação nas últimas semanas. Nesta segunda-feira, por exemplo, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou para uma alta de 1,38% na segunda prévia de agosto, ante elevação de 1,11% no mesmo período de julho.

 

O governo afirma que esse cenário sobre os preços não preocupa, pois considera que a alta é pontual e passageira.

Crescimento

Os analistas consultados na pesquisa do BC ainda reduziram pela terceira vez a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O Focus mostrou agora que eles preveem um crescimento de 1,75% em 2012, ante 1,81% na semana passada. Para 2013, a estimativa foi mantida em 4%.

Isso se deu apesar de dados na semana passada apontando para uma recuperação da atividade no segundo trimestre.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,75% no mês frente a maio, encerrando o segundo trimestre com alta de 0,38% ante o primeiro.

Já as vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao registrar alta de 1,5% em junho ante maio, muito acima da expectativa do mercado de recuo de 0,3%.

Após esses dados, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a afirmar na sexta-feira que a recuperação da economia brasileira tinha se tornado cada vez mais nítida.

A pesquisa Focus desta segunda-feira indicou também que o mercado manteve a previsão de que o dólar encerrará este ano em R$ 2.

 

Fonte: Reuters

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