Barro Preto está com medo de ser a próxima Savassi

22 de Agosto de 2012 às 09:45
por: Pedro Grossi

omerciantes do Barro Preto, tradicional polo de confecções na região Centro-Sul de Belo Horizonte, receberam com medo o projeto de revitalização de parte do bairro, apresentado ontem a eles pela prefeitura. Uma das críticas é que, embora traga propostas de melhoria urbanística, o projeto foi desenvolvido sem que os donos de lojas fossem ouvidos.

Além disso, o temor é de uma alta generalizada no preço dos aluguéis e uma drástica redução no faturamento das lojas - a exemplo do que aconteceu na Savassi, já reformada, e na avenida Santos Dumont, ainda em obras - para citar apenas dois locais.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Marcelo Faulhaber, o projeto foi encaminhado à Superintendência de Desenvolvimento (Sudecap) e, ainda neste ano, deverá ficar pronta a licitação. O início das obras está previsto para janeiro, com 15 meses de intervenções.
O orçamento ainda não está detalhado, mas a projeção é em torno de R$ 12 milhões. A maior parte desse dinheiro, R$ 8 milhões, virá do governo federal, por meio de uma emenda da bancada federal mineira e via Ministério do Turismo. Os recursos já estariam disponíveis na Caixa.

O secretário disse que os transtornos para lojistas e consumidores são inevitáveis. "Não dá para fazer omeletes sem quebrar os ovos", resumiu. Anderson Borges, que há 32 anos mantém loja na região, reclamou. "Eu gostaria de ter sido ouvido e não fui. Minha sugestão seria uma gestão melhor da obra, para evitar que aconteça conosco o que aconteceu na Savassi".

Específico
Prefeitura criou órgão para avaliar reclamação
Comerciantes que tiveram o faturamento impactado em razão de obras realizadas pela prefeitura podem solicitar uma indenização de até R$ 15 mil.

Em decreto publicado peno começo deste mês no "Diário Oficial do Município" (DOM), a prefeitura de Belo Horizonte criou a Junta Administrativa de Indenizações, órgão que está subordinado à Procuradoria Geral do Município e que avalia os casos em que cabe pagamento de indenização e qual o valor.

O decreto não explicita quais os critérios que serão adotados pelos membros da junta para liberação da indenização, mas os pedidos deverão chegar formalmente ao órgão. O comerciante terá de protocolar um pedido de indenização na sede do BH-Resolve levando o máximo possível de documentos que comprovem o seu prejuízo financeiro e que ele foi causado pelas intervenções da prefeitura. Após a formalização, a Junta tem um prazo máximo de dez dias para um parecer preliminar. (PG)
Fonte: O TEMPO

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