Moradores contestam o valor das desapropriações

22 de Agosto de 2012
por: Juliana Siqueira
 
FOTO: CHARLES DA SILVA DUARTE
Severiano perderá a moradia e o aluguel de outro imóvel que tem

O futuro é motivo de preocupação para as 288 famílias que vão ser desapropriadas e removidas da área que abrigará o novo Terminal Rodoviário de Belo Horizonte - atrás da estação BHBus São Gabriel, na região Nordeste da capital.

Moradores ouvidas por O TEMPO não estão satisfeitos com o valor que vão receber da Prefeitura de Belo Horizonte, que prevê gastar R$ 35 milhões com as indenizações e entregar a obra no primeiro semestre de 2014. Com três casas no local - uma delas alugada a R$ 170 por mês -, o aposentado Maurício Severiano, 72, reclama do valor a ser recebido pelos imóveis, R$ 60 mil, segundo ele. Para Severiano, as casas valem mais do que isso. "Eu precisava de pelo menos R$ 100 mil para conseguir achar algo para mim", lamentou.

Mesma reclamação faz a faxineira Lina Dulce, 44. "Vão pagar R$ 20 mil na minha casa. Onde nós vamos encontrar um local para morar com um valor deste? Não sei o que pensar", desabafou a moradora. "Posso até sair, mas contra a minha vontade", completa a dona de casa Lourdes Gonzaga, 62, que ressaltou a indignação que sente com o afastamento de pessoas que vão deixando o lugar.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a área foi ocupada irregularmente. Por isso, a avaliação contemplou somente as benfeitorias e não o valor do terreno como o previsto pela legislação.

Desinformação. A maioria dos habitantes do local ainda reclamou a respeito da desinformação sobre os imóveis em construção para abrigar as famílias. "Não sabemos ao menos em que bairro ficam esses apartamentos. Não nos informaram nada", afirmou o funcionário público Sérgio Luiz Silva.

Os imóveis estão sendo construídos no bairro Belmonte, na mesma região. Ontem, quando a reportagem visitou o local, não havia nenhum engenheiro responsável pela obra e os operários não souberam informar a previsão do término da construção, que aparentemente em fase inicial.

 

Fonte: O TEMPO

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