Emprego bate novo recorde em Minas
O nível de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte resistiu às pressões da crise econômica e bateu recorde em julho, alcançando 4,4%, mas o rendimento médio dos trabalhadores caiu. Enquanto a taxa de desocupados atingiu o menor patamar para julho desde o início da série histórica, os ganhos mensais da região tiveram queda no comparativo entre julho e junho. No mês passado, segundo cruzamento de dados da Pesquisa Mensal de Emprego, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os setores econômicos que não fecharam vagas foram os mesmos que reduziram os rendimentos.
É o segundo mês consecutivo em que a taxa de desemprego da Grande BH apresenta redução. Em maio, o índice estava em 5,1%, tendo recuado 0,6 ponto percentual em junho e 0,1 ponto mês passado. Em julho do ano passado, a taxa de desocupação era de 4,7%. Desta vez, o que chama atenção é que a taxa mais baixa foi registrada em julho, ao contrário dos anos anteriores, quando os níveis recorde foram atingidos em novembro e dezembro – quando ocorrem as contratações temporárias para o Natal.
Entre as sete categorias de atividade que compõem o indicador, três contrataram mais no período: comércio; educação, saúde e administração pública e outros serviços. Juntos, eles criaram 32 mil vagas, com destaque para a primeira rubrica, que criou 18 mil postos (variação de 3,9% em um mês), tendo como justificativa o período de liquidações de inverno e a comemoração do Dia dos Pais. “Não é que a região esteja livre da crise, mas o mercado de trabalho tem mostrado fôlego. O processo de impacto pode ser retardado um pouco e os empregos não se reduzem de uma hora para a outra”, afirma a economista do IBGE, Adriana Beringuy.
Ela indica que, apesar de a Grande Porto Alegre ter a menor taxa do país (3,8%), a redução tem sido registrada por causa do ingresso de parcela significativa dos desempregados na chamada população economicamente inativa. Como eles não estão mais em busca de uma vaga, não engrossam a taxa de desocupados. Em contrapartida, em Belo Horizonte a variação de 0,7% desse indicador em dois meses é considerada positiva pela economista, para quem o mais importante é que o total de demissões se equipare ao volume de contratações.
Por outro lado, Porto Alegre foi a única região que manteve estável o rendimento médio dos trabalhadores. Em Belo Horizonte, Recife e São Paulo houve quedas de 1,8%, 3,5% e 1,1%, respectivamente. Na Grande BH, comércio (-1,8%); serviços prestados às empresas (-4,1%); educação, saúde e administração (-3,8%) pública e outros serviços (-2,2%) tiveram retração na renda. No entanto, na comparação com o mesmo período de 2011, o rendimento teve crescimento médio de 5,2%.
MINAS Entre 2009 e 2011, a taxa de desemprego no estado recuou de 8,2% para 4,5%, segundo a Pesquisa por Amostra de Domicílios (PAD) elaborada pela Fundação João Pinheiro. No período foram criados 150 mil postos de trabalho. A proporção de trabalhadores com carteira de trabalho assinada também cresceu. No caso dos homens a taxa passou de 45,2% em 2009 para 47,1% em 2011, enquanto para mulheres, de 44,7% para 45,6%.
Segundo a coordenadora técnica da pesquisa, Nícia Souza, o desempenho dos índices mineiros está diretamente relacionado ao bom momento da economia brasileira. “Há uma tendência de crescimento do número de vagas e de melhoria da qualidade das vagas criadas. O salário médio também vive um período favorável, com aumento do salário mínimo. Isso vem da melhor situação econômica do país e, em Minas Gerais, gerou mais investimentos e emprego”, constata Nícia.
Fonte: Estado de Minas