Em BH, grandes projetos são municipais, mas verba é federal

27 de Agosto de 2012 às 14:51
por: Lucas Pavanelli

Exemplos como BRT provam que não se governa sem boa relação com Brasília

 

 

De cada R$ 100 investidos em três das principais obras de Belo Horizonte nos últimos anos, quase R$ 70 saíram dos cofres do governo Federal. Nos debates eleitorais deste ano, a boa relação com o Palácio do Planalto é um tema constante. E o balanço reforça a dependência financeira do município em relação a Brasília, o que, inevitavelmente, exige do mandatário da capital uma predisposição a buscar parcerias.

O levantamento feito por O TEMPO contempla o conjunto de intervenções concluídas ou em andamento para a implementação do sistema BRT, a construção do Boulevard Arrudas e os projetos de prevenção a enchentes na cidade.

No total, foram investidos R$ 1,296 bilhão nos três conjuntos. Eles consistem na elaboração e na execução de projetos, em obras de duplicação e adequação de avenidas, em implantação de pistas de concreto, de sinalização, na revitalização de córregos, na criação de redes de drenagem, entre outros. Nada menos do que R$ 892,42 milhões são repasses da União.

O grupo que recebeu maior atenção do Planalto foi o BRT. O sistema, que está sendo implantado na área central e nas avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos e Pedro I, custará, ao todo, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, acima de R$ 800 milhões.

Desse montante, a Presidência investiu aproximadamente R$ 610 milhões, o que representa 74% do total. O governo de Minas é responsável pelo financiamento de R$ 160 milhões, ou seja, cerca de um quinto, e a prefeitura arcou com R$ 54 milhões, ou pouco mais de 6% do total.

Mexidas. Entre as etapas para a construção do Boulevard Arrudas, estão a recuperação do fundo do canal, o recobrimento da canalização, a construção de novas pistas e passeios e a ampliação da rede de drenagem. As intervenções nos locais foram o que mais demandou, proporcionalmente, a contrapartida do governo federal.

Do montante de R$ 221 milhões investidos na obra, o equivalente a 95% veio de repasse da União. O município destinou R$ 11,03 milhões, isto é, 5%.

Já as obras para a contenção de enchentes tiveram o maior financiamento da PBH em termos percentuais. Este levantamento inclui a recuperação do fundo do Ribeirão Arrudas, da rede de drenagem da rua Ituiutaba, no Prado, a revitalização dos córregos Bonsucesso, Jatobá e Olaria, no Barreiro, além das melhorias na avenida Belém, na região Leste. O município investiu R$ 177 milhões, ou seja, 70% do total. A União arcou com o restante: R$ 71 milhões.

Metrô e rodovias são promessas da presidente Dilma
Se as obras concluídas ou em andamento em Belo Horizonte têm 70% de seus investimentos custeados pelo governo Federal, os futuros empreendimentos na capital mineira também dependem de recursos prometidos ou já liberados pela presidente Dilma Rousseff.
 
O principal deles é a expansão do metrô, uma iniciativa que se arrasta há mais de 20 anos como solução para desafogar o trânsito da cidade. O projeto prevê a construção das linhas 2 e 3, que, respectivamente, ligarão a região do Barreiro à estação Calafate, na região Oeste, e a região da Savassi à Lagoinha. Em setembro do ano passado, Dilma prometeu, em Belo Horizonte, pouco mais de R$ 2 bilhões para a execução do projeto, o que ainda não ocorreu.

Na última visita da presidente, em junho deste ano, foram anunciados outros R$ 6 bilhões para a revitalização do Anel Rodoviário. Do R$ 1,5 bilhão para a elaboração do projeto executivo, R$ 17,3 milhões já foram liberados.
Outras promessas foram a duplicação da BR–381 no trecho que liga a capital a Governador Valadares (entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões), e a construção da alça Sul do Rodoanel (R$ 500 milhões).
Fonte: O TEMPO

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