Demora multiplica gastos para viabilizar o Rodoanel
11 de Junho de 2012
por: Joelmir Tavares
A demora na construção do Rodoanel - obra prometida diversas vezes nos últimos anos, mas nunca executada - faz os custos e as dificuldades do projeto aumentarem. A obra está orçada em R$ 1 bilhão. Cinco anos atrás, a estimativa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) era de R$ 700 milhões. Outra conta que só cresce é a das desapropriações e remoções. Embora não se saiba o valor, especialistas afirmam que o passar do tempo deixa o gasto com indenizações ainda mais alto.
"A tendência é que a mão de obra e os insumos subam com o passar do tempo. É um dinheiro que o governo poderia ter economizado se já tivesse feito a obra", afirma o engenheiro civil Everaldo Ávila Cabral, que elaborou o projeto básico das alças Norte e Sul da futura rodovia.
O Rodoanel, apontado como alternativa para solucionar boa parte dos problemas de trânsito na capital, é um contorno que vai ligar as rodovias que cortam a região metropolitana de Belo Horizonte. A via vai evitar que veículos pesados tenham que atravessar a área urbana da capital e de cidades como Betim e Contagem. O projeto, no entanto, arrasta-se há pelo menos 20 anos, sem previsão de quando vai sair do papel.
De acordo com o engenheiro Everaldo Cabral, que percorreu de carro e a pé toda a extensão do futuro contorno, áreas por onde o Rodoanel deve passar já foram ocupadas por habitações. O traçado vai cortar pelo menos dez cidades, em regiões rurais e urbanas.
A alça Norte, com 67,5 km, vai atravessar os municípios de Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Pedro Leopoldo, São José da Lapa, Vespasiano, Santa Luzia e Sabará. Mais curto, o trecho Sul, com 35 km, vai cruzar os territórios de Betim, Ibirité e Belo Horizonte.
Além das remoções de famílias, as indenizações aos donos de terrenos também aumentam a cada ano. "A valorização do solo, nesse caso, é um empecilho implacável", explica o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, responsável pelo setor de construção da entidade.
Uma fonte do Dnit que acompanha o projeto desde o início, em 1999, concorda com as críticas e lembra que o "custo social" do atraso é o lado mais grave. "A sociedade espera ansiosamente pela obra. Enquanto isso, pessoas sofrem em congestionamentos e morrem em acidentes nas avenidas e estradas lotadas de caminhões".
Por meio de nota oficial, o órgão do governo federal reconheceu que "se trata de um projeto de extrema complexidade, que atravessa muitos municípios e interfere em diversas áreas com diferentes características".
"A tendência é que a mão de obra e os insumos subam com o passar do tempo. É um dinheiro que o governo poderia ter economizado se já tivesse feito a obra", afirma o engenheiro civil Everaldo Ávila Cabral, que elaborou o projeto básico das alças Norte e Sul da futura rodovia.
O Rodoanel, apontado como alternativa para solucionar boa parte dos problemas de trânsito na capital, é um contorno que vai ligar as rodovias que cortam a região metropolitana de Belo Horizonte. A via vai evitar que veículos pesados tenham que atravessar a área urbana da capital e de cidades como Betim e Contagem. O projeto, no entanto, arrasta-se há pelo menos 20 anos, sem previsão de quando vai sair do papel.
De acordo com o engenheiro Everaldo Cabral, que percorreu de carro e a pé toda a extensão do futuro contorno, áreas por onde o Rodoanel deve passar já foram ocupadas por habitações. O traçado vai cortar pelo menos dez cidades, em regiões rurais e urbanas.
A alça Norte, com 67,5 km, vai atravessar os municípios de Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Pedro Leopoldo, São José da Lapa, Vespasiano, Santa Luzia e Sabará. Mais curto, o trecho Sul, com 35 km, vai cruzar os territórios de Betim, Ibirité e Belo Horizonte.
Além das remoções de famílias, as indenizações aos donos de terrenos também aumentam a cada ano. "A valorização do solo, nesse caso, é um empecilho implacável", explica o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, responsável pelo setor de construção da entidade.
Uma fonte do Dnit que acompanha o projeto desde o início, em 1999, concorda com as críticas e lembra que o "custo social" do atraso é o lado mais grave. "A sociedade espera ansiosamente pela obra. Enquanto isso, pessoas sofrem em congestionamentos e morrem em acidentes nas avenidas e estradas lotadas de caminhões".
Por meio de nota oficial, o órgão do governo federal reconheceu que "se trata de um projeto de extrema complexidade, que atravessa muitos municípios e interfere em diversas áreas com diferentes características".
Licitação
Promessa. A superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Minas informa que a licitação do projeto executivo do Rodoanel será publicada neste mês.
FOTO: ALEX DE JESUS
Acesso. Veículos deixam a avenida Amazonas, em Contagem, na direção do Anel; local seria desafogado pelo contorno metropolitano
Entidade defende mobilização para exigir empreendimento
Só com a cobrança da população é que o projeto do Rodoanel terá chance de ser visto como prioridade pelo governo federal, na opinião do conselheiro do Instituto da Mobilidade Sustentável Rua Viva, João Luiz da Silva Dias. "O projeto é extremamente importante para Minas e o Brasil", diz.
A falta de vontade política é apontada como a principal causa do atraso. "Tem que ver isso com as autoridades federais", respondeu o subsecretário de investimentos estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Luiz Antonio Athayde, quando questionado sobre a morosidade do projeto. (JT)
A falta de vontade política é apontada como a principal causa do atraso. "Tem que ver isso com as autoridades federais", respondeu o subsecretário de investimentos estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Luiz Antonio Athayde, quando questionado sobre a morosidade do projeto. (JT)
Fonte: O TEMPO