Reviravolta na propaganda eleitoral de Patrus

05 de Setembro de 2012
por: Juliana Cipriani

Estratégia na TV vai mudar

 

A um mês das eleições, a campanha na televisão do candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, vai mudar de estratégia. Com uma média de 20 pontos percentuais atrás do prefeito Marcio Lacerda (PSB), segundo as pesquisas, os marqueteiros trabalham agora para “virar votos”. A ideia é tirar eleitores do socialista, já que a avaliação interna é que conquistar os indecisos não será suficiente para vencer. O programa remodelado, que terá também um novo jingle, pretende desconstruir a imagem de Lacerda, expondo seus pontos frágeis.

O primeiro problema constatado pelas sondagens qualitativas da campanha de Patrus foi o jingle “Vem, Patrus”, que não pegou. A equipe trabalha agora em uma nova música que vai ser mais animada, segundo antecipam. Em reunião da coordenação de campanha, ficou decidido que o programa deve ser mais agressivo, mostrando promessas não cumpridas pelo atual prefeito, os pontos mais críticos da cidade nas áreas de saúde, trânsito e segurança, e até as características pessoais de administrador de Lacerda. “Ou partimos para a desconstrução do Marcio e  o fazemos perder patrimônio (voto) ou dificilmente venceremos”, admitiu um dos responsáveis pela campanha.


Críticas

O coordenador da campanha, vice-prefeito Roberto Carvalho, disse que será a TV verdade contra a TV de mentirinha. Patrus foi a São Paulo ontem gravar no estúdio do marqueteiro João Santana e não cumpriu agenda de rua em BH. Roberto Carvalho e o vice na chapa de Patrus, o engenheiro Aloisio Vasconcelos (PMDB) fizeram panfletagem na Praça da Febem, no Barreiro de Cima. Na região, que é base eleitoral do PT, fizeram duras críticas ao prefeito e prometeram fazer o que, segundo dizem, Lacerda não fez.


Segundo Aloisio, o prefeito teve três anos e nove meses para concluir o Hospital Metropolitano do Barreiro, prometido em sua última campanha eleitoral, mas não executou a obra. O candidato a vice-prefeito também afirmou que, se eleitos, ele e Patrus vão concluir a linha Calafate-Barreiro do metrô. Segundo ele, a estação já tem infraestrutura mas é preciso trabalhar uma superestrutura. “Esse é um projeto prioritário para o Patrus, é um metrô de verdade, não é brincadeira de furinho no Centro da cidade para chamar a atenção”, atacou, se referindo ao projeto de sondagem iniciado na Praça Sete para avaliar o solo. Roberto Carvalho emendou dizendo que os buracos abertos são um embuste e que o metrô nem chegou a ser transferido para a Metrominas: “É uma tentativa de enganar a população”. (jc)

 

Tom eleitoral

A reação da presidente Dilma Rousseff de rebater as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi considerada por integrantes da cúpula do PT no Congresso como um "necessário freio de arrumação". Dilma rompeu o clima amistoso anteontem ao contestar, por meio de nota, as críticas feitas pelo ex-presidente que chamou de "herança pesada" o legado deixado por Lula. Dilma disse que recebeu uma “herança bendita”. O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), foi enfático: "Ela recolocou as coisas no devido lugar". Questionado se Dilma não teria elevado o tom, o petista lembrou o momento eleitoral. "O Fernando Henrique pediu. Estamos em época de eleição e querer deslocar a imagem de Dilma para a Lula é desconhecer a relação dos dois". A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, fez coro: "Falou e falou muito bem. Está dito".

 

Fonte: Estado de Minas

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