Se brasileiros pouparem 1% a mais, PIB cresce em R$ 7,5 bilhões, estima Bird

12 de Junho de 2012
por: Olivia Alonso

Enquanto o governo brasileiro vem tomando medidas para tentar estimular o consumo, com o objetivo de aquecer a economia, um cálculo do Banco Mundial (Bird) mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode crescer se a população poupar mais. A cada 1% que os brasileiros pouparem a mais, o impacto no crescimento da economia do País pode ser de 0,25 ponto percentual, diz Arianna Legovini, diretora do programa de Avaliação do Impacto sobre o Desenvolvimento (DIME), do Bird.

“Se a população poupasse mais 1%, o impacto poderia ser de R$ 7,5 bilhões no PIB,” afirmou Arianna, que participa de um evento da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), que acontece na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. Segundo ela, o número não é exato, mas apenas uma estimativa, para dar sentido do que significaria um pequeno aumento da poupança. A conta também considera que os recursos poupados seriam transformados em investimentos.

 

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Educação financeira pode evitar consumo exagerado

 

Para Boris Utria, vice-diretor do Banco Mundial para o Brasil, o cálculo mostra o quanto um projeto de educação financeira que estimule as pessoas a poupar pode ter um efeito positivo na economia. “Imaginem se todos os brasileiros tivessem uma mentalidade de poupança, o crescimento da economia poderia ser maior ainda,” afirmou.

Atualmente, apenas 21% da população brasileira têm o hábito de poupar, segundo Marialisa Motta, diretora de desenvolvimento do setor privado e financeiro do Banco Mundial para América Latina e Caribe.

Os executivos do Banco Mundial participam de um workshop sobre os resultados de um projeto piloto de educação financeira executado em cerca de 900 escolas públicas brasileiras entre agosto de 2010 e dezembro de 2011, com 26 mil estudantes do ensino médio. Veja:  Governo lança programa piloto de educação financeira nas escolas públicas

O projeto foi uma iniciativa de entidades públicas e privadas brasileiras, entre elas a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a BM&FBovespa, e teve o apoio do Bird, que avaliou a eficiência de todo o trabalho. 

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Investimento de apenas R$ 10 milhões

Com um custo estimado em R$ 3 milhões, segundo a BM&FBovespa, o projeto realizado com alunos de ensino médio incluiu temas de educação financeira no currículo escolar dos jovens, que passaram a lidar com 72 situações que envolviam suas finanças pessoais nas aulas de matemática, português, ciência, geografia, história e outras.

O resultado obtido mostrou uma melhora no conhecimento dos estudantes sobre a educação financeira e melhorou as atitudes e o comportamento deles com relação às finanças pessoais. Após o projeto, eles ficaram mais propensos a administrar suas despesas, conversar com os pais sobre questões financeiras e ajudar na organização do orçamento familiar, segundo a Associação Brasileira de Educação Financeira, que foi criada no ano passado para centralizar os esforços do projeto.

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A partir de agora, a associação vai desenvolver um projeto para a continuidade do trabalho nas escolas brasileiras, segundo Fabio Moraes, gerente de educação financeira da BM&FBovespa. A ideia é dar início a outros dois projetos, um para alunos de ensino médio e outro para adultos. “Vamos definir quais as ações que serão feitas nos próximos anos e também iniciativas para outros públicos,” afirmou. Segundo ele, o número de estudantes de ensino fundamental chega a 35 milhões, enquanto os adultos são um universo de 100 milhões de pessoas. “Se tudo der certo, teremos três frentes de trabalho,” disse.

Quando os projetos estiverem estruturados, a associação buscará financiamento com o próprio Banco Mundial – que já se mostrou interessado em apoiar – e com entidades públicas e privadas. A estimativa de Moraes é de que os dois novos projetos exijam investimentos de cerca de R$ 3 milhões cada um. “Estamos fazendo uma estimativa de algo em torno de R$ 10 milhões para os três,” afirmou. Segundo Boris Utria, o Bird já investiu US$ 12 bilhões em projetos de educação financeira atualmente em execução em todo o mundo.

 

Fonte: Site IG

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