BDMG reduz juro das linhas do Finame
Banco de fomento baixou de 5,5% para 2,5% ao ano as taxas praticadas para os financiamentos do PSI.
APARECIDA LIRA.
RENATO COBUCCI/BDMG |
Veneroso: crédito mais barato inibirá compra à vista lá fora |
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), colocando em prática decisão anunciada pelo governo federal para o Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social (BNDES) no final de agosto, confirmou ontem a redução de 5,5% para 2,5% ao ano dos juros das linhas de financiamento Finame do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
Direcionadas especificamente para o financiamento da produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos fabricados no Brasil, a iniciativa está sendo aplaudida pelo setor de bens de capital, que vislumbra uma nova etapa para as indústrias. O estímulo chega no mesmo tempo em que o governo anuncia a redução das tarifas de energia elétrica.
"Isso vai no cerne dos nossos problemas, porque perdíamos vendas para os importados, mas com uma linha de crédito mais barata e financiada não vai mais compensar a compra à vista lá fora, mesmo se o preço for um pouco mais baixo", comentou ontem o diretor regional da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso.
Ele não faz previsões de crescimento para o setor, mas adianta que a próxima luta da Abimaq será pela permanência das linhas de financiamento com juros menores, já que o prazo definido pelo governo termina em 31 de dezembro.
Com um panorama muito mais positivo, Veneroso acredita que o setor de bens de capital volte a contratar, depois de três meses de demissões geradas pela perda de competitividade dos fabricantes brasileiros. O setor sofria com a concorrência externa, evidenciada pela crescente importação de produtos e componentes.
No primeiro semestre do ano, os produtos importados representaram 59,1% do mercado de máquinas e equipamentos e 14,8% do de componentes. As informações da Abimaq são de que a capacidade instalada do setor está em 73%, a mais baixa em 40 anos, e mais de 10 mil trabalhadores foram demitidos entre outubro de 2011 e junho de 2012 no Brasil.
Negociação - Segundo informações do diretor da área de Negócios com o Setor Privado do BDMG, Fernando Lage de Melo, as empresas interessadas em obter o financiamento já podem procurar o banco para negociar. Podem ser financiados quaisquer tipos de máquinas, desde caminhões, ônibus, carretas até equipamentos para indústrias e empresas dos mais diversos setores e de todos os portes.
"O objetivo, por um lado, é estimular a modernização das empresas e do nosso parque industrial, e do outro, apoiar os fabricantes nacionais expandindo o seu mercado", resume. Pelos critérios do BNDES, são considerados nacionais máquinas e equipamentos que tenham no mínimo 65% de componentes produzidos no país.
O limite de financiamento vai até R$ 1 bilhão para grandes grupos, com prazos de um a dez anos para pagamento, de acordo com cada caso. E embora o BDMG trabalhe com uma rede de 130 correspondentes bancários, as informações sobre o Finame PSI devem ser obtidas diretamente no banco.
Fonte: Diário do Comércio