Opção mais rápida e barata

17 de Setembro de 2012
por: Tâmara Teixeira

Transporte de massa poderia reduzir o tempo gasto em deslocamento dentro da capital

 

 

 
FOTO: JOÃO MIRANDA
Leonardo Tavares deixaria de usar carro se existisse a linha 3 do metrô

São 8h e Leonardo Tavares, morador do Ouro Preto, na região da Pampulha, sai para o trabalho, no Lourdes, na região Centro-Sul, em Belo Horizonte. O trajeto que o consultor faz de carro, em um hora, com um congestionamento intenso na avenida Antônio Carlos, poderia ser feito em 20 minutos. Isso se a tão prometida linha 3 do metrô (Pampulha/Savassi) já tivesse saído do papel. Com o transporte de massa, o tempo da viagem de Tavares poderia ser três vezes menor.

"Não pensaria duas vezes em deixar o carro. Há anos escuto que a linha 3 vai atender ao meu bairro. Não conto mais com essa obra. Pego congestionamento pesado na Antônio Carlos todos os dias", conta.

No fim da tarde, é a gerente administrativa Bárbara Fernandes Gregório quem sofre duas horas, dentro de dois ônibus cheios, para retornar do trabalho para a sua casa, também na Pampulha. "Entro no ônibus por volta das 16h30 e não chego em casa antes das 18h30. É uma tortura. Venho em pé, e o cansaço do trabalho só piora", afirma.

O carro de Tavares e os coletivos que transportam Bárbara concorrem com outros 90 mil veículos que transitam diariamente pela avenida Antônio Carlos. "Até um ano atrás, ficava muito nervoso nos congestionamentos. Hoje, aprendi que não adianta me irritar", diz Tavares.

Os dois moradores da região da Pampulha e outros tantos que seriam atendidos pela obra de expansão do metrô ainda terão que esperar alguns anos para ir trabalhar usando o sistema. O trecho que eles demandam não está incluído no projeto aprovado pelo Ministério das Cidades para receber os R$ 1,75 bilhão do governo federal anunciados pela presidente Dilma Rousseff há um ano. O valor será suficiente para fazer o trecho Savassi/Lagoinha.

Recurso. O consultor Leonardo Tavares observa ainda que deslocar sobre os trilhos seria uma economia de tempo e dinheiro. Ele gasta, em média, R$ 200 com gasolina por mês e outros R$ 96 com as folhas do estacionamento rotativo, que usa diariamente. Se recorresse ao transporte público, desembolsaria R$ 72 por mês, uma economia de R$ 224.

 

 
Apertado
Usuários sofrem com superlotação
Uma, duas, três vezes e, finalmente, o comerciante Eduardo Venâncio, 40, conseguiu entrar na estação Central do metrô de Belo Horizonte para voltar do trabalho (no centro) para a casa, em Venda Nova, depois de um dia de trabalho. Na última quarta-feira, por volta das 18h, a reportagem de O TEMPO acompanhou a movimentação no local e constatou a insatisfação de muitos usuários.

"Entrar no trem é uma luta. Prefiro não brigar e esperar um que venha um pouco mais vazio", disse Venâncio. A queixa da estudante Fernanda Carneiro,19, é a mesma. "Podiam, ao menos, comprar mais carros para o trem", afirmou. Conforme a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), um edital será lançado até o fim deste ano para a compra de 40 vagões. (TT)

 
Suplementares passarão a ser integrados ao metrô
A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) solicitou à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) a integração dos ônibus suplementares que circulam perto da estação do Vilarinho, em Venda Nova, ao metrô.

Atualmente, nenhum suplementar participa desse sistema. Os primeiros coletivos seriam das linhas 60, 61, 63, 64, 65 e 66.

Com a medida, o usuário que utilizasse os dois serviços em um período de uma hora e 30 minutos teria direito a pagar uma tarifa reduzida. Hoje, a integração custa R$ 2 quando o ônibus convencional é gerenciado pela BHTrans e R$ 3,05 quando é do DER/MG.

Segundo o superintendente da CBTU, Nilson Tadeu Nunes, será feito um estudo para verificar como se dará a integração das tarifas. "A intenção é que isso seja possível ainda neste ano", afirma. A BHTrans confirmou o pedido, mas não explicou o porquê da solicitação. (TT)
Fonte: O TEMPO

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