Aluguel sobe acima da inflação em BH

18 de Setembro de 2012

Reajuste médio no segmento comercial em agosto foi de 0,81%, apesar de a oferta ter aumentado 7,11%. 

 

 

 

ALISSON J. SILVA
O aluguel de salas na Capital registrou alta de 1,13% no mês passado, aponta pesquisa do Ipead
O aluguel de salas na Capital registrou alta de 1,13% no mês passado, aponta pesquisa do Ipead

Embora a oferta de imóveis comerciais em Belo Horizonte tenha registrado crescimento de 7,11% em agosto, o reajuste dos preços, de 0,81%, foi superior à inflação, que, no período, foi de 0,01%, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead). Os dados integram pesquisa realizada pelo Ipead, em parceria com a Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas Imobiliárias do Estado de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), divulgada ontem.

Nos últimos 12 meses, o número de imóveis disponíveis para locação cresceu 12,41%, enquanto os preços variaram 11,59%, mais que o dobro da inflação, de 5,53%, acumulada no intervalo.

Entre os tipos de imóveis comerciais, os andares corridos foram responsáveis por alavancar tanto a oferta quanto o reajuste no mês passado, com altas de 14,76% e 1,29%, respectivamente. Conforme o vice-presidente do CMI/Secovi-MG, Fernando Júnior, apesar de o número de andares disponíveis para locação ter aumentado significativamente, a quantidade ainda é insuficiente para atender à crescente demanda dos empresários. "No entanto, a tendência é que os valores cobrados permaneçam estáveis ao longo dos próximos meses, uma vez que os preços dos aluguéis já atingiram um patamar limite na Capital", observa.

Também apresentaram, em agosto, reajuste acima da inflação, as lojas (1,17%) e as salas (1,13%), enquanto a oferta foi ampliada em 5,87% e 6,41%, respectivamente. Já o aumento de 7,94% da disponibilidade das casas para fins comerciais impactou os preços, que recuaram 0,16%. O número de galpões vagos também ficou 0,83% menor em agosto, enquanto o aluguel deste tipo de imóvel apresentou uma tímida retração de 0,09%.

Com isso, os comerciantes que alugam lojas de frente na região Centro-Sul, considerada a mais nobre de Belo Horizonte, arcam com o metro quadrado mais caro da cidade - R$ 38,36. Logo depois, estão os andares corridos na mesma área, que custam R$ 30,32. Na outra ponta, têm o metro quadrado comercial com valor mais baixo da capital mineira os galpões na região do Barreiro, R$ 9,42 e, na região Noroeste, R$ 11,07.

Já o condomínio mais caro da cidade é o das lojas internas, que custam R$ 8,17 o metro quadrado, em bairros de alto padrão. Também desembolsam um alto valor, R$ 7,63, os empresários que alugam salas em áreas de luxo. Em contrapartida, os condomínios mais em conta são o das lojas internas em bairros de médio padrão, R$ 2,41 e as lojas de frente em locais de alto padrão, R$ 2,69.

Residenciais - Após registrar variação negativa nos últimos dois meses, a oferta de imóveis residenciais registrou expansão de 12,88% em agosto. O avanço, por sua vez, não conteve o reajuste, de 1,23%, também superior à inflação de 0,01% do período, conforme o Ipead. Nos últimos 12 meses, a oferta foi ampliada em 9,37%, enquanto os preços subiram 8,91%, também superior à inflação de 5,53%.

O vice-presidente do CMI/Secovi-MG ressalta que o aumento da oferta não implica, necessariamente, em um recuo imediato dos preços, devido ao déficit habitacional da Capital, que ainda é alto. "Mesmo com a queda dos juros e ampliação das linhas de financiamento, que facilitam a aquisição da casa própria, a demanda para locação ainda supera a oferta. Mas, caso a disponibilidade de imóveis para locação continue ascendente nos próximos meses, o reajuste anual tem mais chances de ficar dentro ou próximo à inflação", prevê.

O tipo de imóvel responsável por impulsionar a alta da oferta no período foram os barracões, elevação de 15,79%. Simultaneamente, os preços deste tipo de moradia subiram 1,13%. Já a disponibilidade de casas registrou variação positiva de 13,33% e os preços, de 1,65%. A oferta de apartamentos aumentou 12,69% e os valores cobrados, 1,18%. Segundo as classes de bairros, os aluguéis de apartamento apresentaram as seguintes variações: grupo popular (2,46%), médio (1,50%), alto (0,96%) e luxo (0,95%).

 

 

Fonte: Diário do Comércio

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