Oferta de aluguel cresce na capital

18 de Setembro de 2012
por: Letícia Villas
 
Mercado estava estagnado há cerca de dois anos, mas volta a se aquecer
 
 
 
 
As pessoas podem ainda não ter percebido, mas o número de placas de "aluga-se" nas fachadas dos prédios em Belo Horizonte está crescendo, o que não acontecia há cerca de dois anos. Em agosto, a oferta de imóveis residenciais para alugar cresceu 12,88%. Já a de comerciais, teve alta de 7,11%. Nos últimos doze meses, o aumento médio das duas modalidades foi de 9,37%. No ano, a alta da oferta é de 4,45%, de acordo com pesquisa da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato da Habitação (CMI/Secovi-MG) e do Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead).
                
Segundo o vice-presidente da CMI/Secovi-MG, Fernando Junior, o crescimento expressivo no mês de agosto foi surpreendente. "Ficamos surpresos, mas de uma forma positiva. Há dois anos não víamos um aumento assim", disse.

Para Júnior, esse movimento é um reflexo do atual bom momento da economia brasileira. "É um impacto do desenvolvimento econômico do país. Quem tem mais renda, mais capacidade de investimento, está migrando os seus recursos para o mercado imobiliário, já que não veem o mesmo retorno na poupança ou na Bolsa de Valores, por exemplo", afirma.

A alta nos preços, que têm subido muito mais do que a inflação oficial, atrai novos investidores. De acordo com a pesquisa, nos oito primeiros meses de 2012, o valor do aluguel residencial em Belo Horizonte acumula alta de 5,44%, enquanto a inflação medida no mesmo período (IPCA-Ipead) foi de 3,82%. Em agosto, quando a inflação foi de 0,01%, o aluguel valorizou 1,23% e, no acumulado dos últimos 12 meses, chega a 8,91% (nesse período, a inflação acumulada foi de 5,53%).

Júnior explica que o mercado imobiliário é muito dinâmico. "Quem sai de um imóvel, vai em busca de outro e isso faz com que o setor tenha um movimento muito grande", diz. Para ele, a atual situação do país também pode explicar uma tendência atual, em que as pessoas estão mudando para imóveis melhores, com aluguel mais caro, porque também tiveram uma melhora no salário. "O inquilino está indo em busca de outro melhor", afirma.

"Também estamos passando pelo fenômeno da entrega das obras que começaram dois, três anos atrás e agora estão ficando prontas. Isso libera imóveis em duas frentes: o investidor que comprou para alugar e o inquilino que sai de onde mora ou da sala que aluga para o imóvel próprio e libera o local antigo para novo aluguel", explica Júnior.
Fonte: O TEMPO

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