Setor de telefonia móvel lidera com folga ranking dos Procons

19 de Setembro de 2012
por: Juliana Gontijo

Banco de dados dos órgãos de defesa teve 1,6 milhão de processos em 2011

 

 

 
FOTO: ANTONIO CRUZ/ABR
Punição. Telefonia chegou a ter vendas suspensas pelo governo por causa do mau serviço prestado

A cada cinco reclamações feitas nos órgãos de defesa do consumidor em todo o país, em 2011, pelo menos uma foi referente à telefonia celular, tanto no que se refere ao serviço quanto aos aparelhos, o que representou 20% do total, conforme levantamento da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon/MJ).

O levantamento tem como base dados de 170 Procons integrados ao sistema nacional de defesa do consumidor. Considerando os mais diversos problemas, foram feitas 1,69 milhão de reclamações. A área de produtos liderou o ranking, com 52% das queixas, com destaque para os aparelhos celulares, que responderam por 14,1% delas de todas as queixas levadas aos Procons. O setor financeiro e serviços essenciais também sobressaem na lista.

É o segundo ano consecutivo que os aparelhos celulares ocupam a primeira posição. Na sequência, estão os produtos de informática (6,8%), eletrodomésticos da linha branca (6,8%), cartões de crédito (6,6%), serviço de telefonia celular (6,1%) e bancos comerciais (5,6%).

O representante comercial Walter de Assis Júnior sabe bem o que é ter problema com o aparelho celular. "Há cerca de cinco meses, fui atualizar o sistema no site e acabou que meu aparelho pifou. Apagou tudo", reclama.

Empresas. De acordo com a pesquisa, entre as empresas mais reclamadas, destacam-se as dos setores de telefonia, varejo, bancos e fabricantes de eletrodomésticos. O professor Leonardo Lessa considera a área de telefonia a pior. "Tive problema duas vezes. E só resolvi no Juizado Especial", ressalta.

Ele conta que um dos problemas foi a cobrança pela empresa por chamadas que no plano eram ilimitadas para ligações para a mesma operadora. "E ainda teve uma outra operadora que me cobrou por um serviço que nunca foi utilizado", ressalta.

E Lessa não foi o único. O supervisor de vendas Rodrigo Dinotte reclama da qualidade do serviço. "A ligação cai toda hora. Já reclamei na empresa, mas cada atendente fala uma coisa. Eles são muito mal preparados", observa.

Entre as empresas, a Oi Fixo/Celular liderou o ranking, com 6.919 queixas ou 4,52% do total de reclamações que evoluíram para processos administrativos. Do total, 38,03% não foram atendidas pela empresa.

Neste ano, conforme o coordenador do Procon da Assembleia, que atualmente não faz parte da base de dados da Secretaria Nacional do Consumidor, a telefonia, considerando a móvel e a fixa, lidera as reclamações, conforme o coordenador Marcelo Barbosa. "Pela primeira vez, no Procon da Assembleia, o setor de telefonia ultrapassou o cartão de crédito nas reclamações", observou.

 

Desrespeito
Lojas de BH não cumprem lei do prazo para entrega

As principais lojas de eletroeletrônicos da capital mineira não estão cumprindo a Lei 20.334, de 2012, que dispõe sobre a forma e prazo de entrega de produtos e serviços em domicílio, em vigor desde o dia 2 de agosto deste ano. A mesma situação é verificada com os sites de compra, conforme levantamento feito pelo Procon da Assembleia em quatro estabelecimentos da região central de Belo Horizonte e em cinco sites.

"Elas alegam que não tiveram prazo para adaptação", ressalta o coordenador do Procon, Marcelo Barbosa. Pela lei, as empresas devem marcar o período do dia para entregar na casa do consumidor o produto comprado.

Em nota, a Ricardo Eletro informou que vem realizando investimentos constantes para ampliar e diversificar a capacidade logística. O Magazine Luiza, também em nota, ressaltou que está trabalhando para a melhoria do atendimento ao cliente.

A Viavarejo (holding que abriga as marcas Casas Bahia e Ponto Frio) observou que a lei entrou em vigor no início de agosto e que, no entanto, não foi estipulado um prazo para adaptação das empresas. "Temos agendado uma reunião com o Procon para que possa discutir os termos e eventuais prazos", diz a nota. (JG)

 

Fonte: O TEMPO

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