Criminalidade de outros estados migra para Minas Gerais
21 de Setembro de 2012
por: Valquiria Lopes
Casos recentes em Minas de crimes comuns em SP, como assaltos a joalherias, arrastões em prédios, explosões de caixas e sequestros relâmpago, assustam moradores e desafiam polícia
![]() |
O crime, comum em São Paulo, ocorreu em julho, mesmo mês em que assaltantes invadiram um prédio na Rua Carijós, no Centro de Belo Horizonte, e arrombaram 16 lojas. No último fim de semana, moradores de três apartamentos de um condomínio no Bairro Anchieta, na Região Centro-Sul, foram alvo e a modalidade criminosa voltou a desafiar a polícia. Arrastão em prédios, sequestros relâmpago, assaltos a joalherias e explosões de caixas eletrônicos já aterrorizaram os moradores de São Paulo e estão sendo praticados com mais frequência por bandidos em Minas.
Destes quatro crimes importados do estado paulista para Minas, apenas o sequestro relâmpago é tipificado, incorporado ao Código Penal em 2009 como extorsão mediante restrição da liberdade da vítima. Os outros se misturam nas estatísticas com roubo, furto e assalto.
A onda de assaltos a terminais bancários registrada em Minas já soma 168 ocorrências no estado até setembro, conforme levantamento do Estado de Minas. O número supera em 31,2% todos os crimes desse tipo registrados no ano passado, quando 128 casos ocorreram, e ultrapassa em 84% as 91 explosões de 2010. A modalidade nasceu em São Paulo e rapidamente se espalhou pelo país. Em Minas, encontrou terreno fértil. Com grande número de mineradoras que usam dinamite para explodir rochas e pouca segurança para esse material, os explosivos facilmente caíram em mãos clandestinas. De 1 tonelada roubada no estado, cerca de 600 bananas de dinamite foram recuperadas, o que soma 400 quilos de explosivos, segundo a PM.
Os casos de assaltos a joalherias registrados entre janeiro e julho (20) representam 90% do total de 22 assaltos em 2011. Apesar de os shoppings terem um maior aparato de segurança e vigilância, os ataques são frequentes neles. Na quarta-feira, por exemplo, uma loja no Shopping Del Rey, no Bairro Caiçara, foi invadida por bandidos, fato que se repetiu. Em março, o mesmo local foi assaltado. Para arrastão as autoridades não têm números de ocorrências, mas levantamento do EM mostra que foram pelo menos quatro só neste ano. Já o sequestro relâmpago foram 21 casos em Belo Horizonte neste ano, número também resultado de apuração do EM.
Controle
A Polícia Militar reconhece o caráter desafiador que as modalidades especializadas de crime contra o patrimônio impõem à ordem pública. “Não estamos comemorando. Os crimes são preocupantes sim, mas estão em nível de controle”, afirma o comandante de Policiamento da Capital, coronel Rogério Andrade. O chefe da sala de imprensa da PM, major Gilmar Luciano Santos, afirma que em Minas não existem quadrilhas especializadas nas modalidades, diferentemente do que acontece no Rio de Janeiro e São Paulo, segundo ele, mas bandidos que agem pela oportunidade. “Nas ocorrências de explosão de caixa eletrônico, por exemplo, percebemos que alguns usam dinamite para explodir o caixa, enquanto outros estouram toda a agência. Isso mostra um despreparo para lidar com o material e revela que não estamos diante de um grupo organizado”, afirma o major.
No caso do Gutierrez, a entrada dos bandidos no prédio da fisioterapeuta ocorreu no momento em que uma vizinha fazia mudança. “Muitas pessoas estavam entrando e saindo e foi preciso que o portão ficasse aberto algum tempo. Eles aproveitaram isso para entrar.” Os assaltantes renderam o porteiro e todas as pessoas que passavam pela portaria. A primeira invasão foi no terceiro andar, além do quarto, oitavo e da cobertura. “Foi um dia de muito pavor para todo mundo. Ficamos trancados com um deles, enquanto os outros faziam a limpa nos apartamentos. Tive medo de que algo muito ruim acontecesse”, contou a fisioterapeuta. Depois do arrastão, os moradores investiram em um sistema de monitoramento eletrônico. “Deixo a casa sempre trancada e passei a ficar mais atenta na entrada e saída de casa”, afirmou a mulher, que disse ter ouvido diversos outros casos semelhantes depois que passou pelo drama.
No caso do Gutierrez, a entrada dos bandidos no prédio da fisioterapeuta ocorreu no momento em que uma vizinha fazia mudança. “Muitas pessoas estavam entrando e saindo e foi preciso que o portão ficasse aberto algum tempo. Eles aproveitaram isso para entrar.” Os assaltantes renderam o porteiro e todas as pessoas que passavam pela portaria. A primeira invasão foi no terceiro andar, além do quarto, oitavo e da cobertura. “Foi um dia de muito pavor para todo mundo. Ficamos trancados com um deles, enquanto os outros faziam a limpa nos apartamentos. Tive medo de que algo muito ruim acontecesse”, contou a fisioterapeuta. Depois do arrastão, os moradores investiram em um sistema de monitoramento eletrônico. “Deixo a casa sempre trancada e passei a ficar mais atenta na entrada e saída de casa”, afirmou a mulher, que disse ter ouvido diversos outros casos semelhantes depois que passou pelo drama.
Fonte: Estado de Minas