País registra escassez de técnicos

21 de Setembro de 2012
por: Andréa Rocha

 

Maior demanda concentrada na região Sudeste, com destaque para São Paulo e Minas

 

 

DIVULGAÇÃO
Segundo o Senai, a área de eletrônica é uma das que carece de bons técnicos
Segundo o Senai, a área de eletrônica é uma das que carece de bons técnicos

Pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), e divulgada ontem durante a Olimpíada do Conhecimento, em São Paulo (SP), confirma o que industriais de todo o país já percebiam: faltam profissionais em nível técnico e em áreas de média qualificação. O Mapa do Trabalho Industrial 2012 apontou que o Brasil terá que formar 7,2 milhões de trabalhadores nessas áreas até 2015.

A maior demanda está concentrada na região Sudeste, com destaque para São Paulo, que responde por 35,4% desse total. Minas Gerais vem logo em seguida, com uma carência de 777,5 mil profissionais, o que corresponde a 10,9% de todo o país.

Entre as áreas onde há maior demanda, em Minas Gerais, destacam-se dez: controle de produção; construção civil; eletrônica; eletricidade e eletrotécnica; segurança no trabalho; mecânicos na fabricação e montagem de máquinas; técnico em operação e monitoração de computadores; de laboratório industrial; em telecomunicações; e em usinagem.

Segundo informa o gerente-executivo adjunto de Estudos e Prospectiva do Senai, Márcio Guerra, essa pesquisa foi realizada justamente para orientar o Senai na proposição de seus cursos, que têm dois anos de duração. Mas adianta: " preciso um grande esforço não apenas das instituições de formação profissional, mas também dos governos e do setor produtivo para atrair interessados."

A preocupação é justificada. Segundo Guerra, há cursos que não se completam porque não há candidatos disponíveis para as vagas. Entre os motivos, alega, está um certo desconhecimento, por parte dos jovens, quanto às vantagens oferecidas por um curso técnico. A começar por boas possibilidades de remuneração que, em alguns casos, chegam a superar as de postos de trabalho para graduados.


Eletroeletrônica - A título de exemplo, ele destaca duas categorias profissionais onde há grande demanda em Minas. O salário médio inicial de um técnico em eletricidade e eletrônica é de R$ 1.530,00. Em dez anos, a remuneração pode chegar a R$ 4.800,00. Técnicos em operação e monitoração de computadores têm salário inicial de R$ 1.000,00, podendo chegar a R$ 2.700,00 ao longo de uma década de trabalho. "E como a demanda tem sido maior que a oferta, é tendência é de melhor remuneração", adianta.

Segundo Guerra, atualmente existem no país aproximadamente 23 milhões de jovens entre 18 e 24 anos. E somente 3,4 milhões seguem para as universidades. O que significa que cerca de 20 milhões "ficam à deriva", sem formação e, conseqüentemente, sem boas oportunidades profissionais. Para sensibilizar e mobilizar esse público, o Senai tem trabalhado para divulgar os caminhos para se chegar ao mercado de trabalho.

A começar pela gratuidade de quase todos os cursos oferecidos pelo Senai, o que é possível em virtude do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Guerra faz questão de lembrar que o curso técnico não encerra as possibilidades e os sonhos de os jovens seguirem para a universidade. Ao contrário. Em sua avaliação, este pode ser apenas o começo do caminho.

 

 

Fonte: Diário do Comércio

 

 

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