Minas deve ganhar indústria de base tecnológica
Empreendimento na região Central do Estado deve ser anunciado em no máximo duas semanas, informou secretária
DIVULGAÇÃO/FIEMG |
Príncipe dinamarquês Frederico André participou do seminário na Fiemg |
Com o objetivo de manter a diversificação da economia mineira, por meio da atração de indústrias de base tecnológica, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) deve anunciar, em no máximo duas semanas, mais um empreendimento. Embora não tenha adiantado o valor do investimento, nem tampouco a área específica de atuação, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, adiantou que a nova empresa deve ser erguida na região Central.
Sobre a instalação da taiwanesa Foxconn, Dorothea Werneck assegurou que o anúncio da planta em Itu, no interior paulista, não impede que o projeto da fábrica mineira da companhia saia do papel. Isso porque, em Itu serão fabricados produtos finais, enquanto que em Minas Gerais serão produzidos itens mais básicos.
Para iniciar suas operações no Estado, a Foxconn solicita reserva de mercado, o que não é aceito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), órgão responsável por financiar o investimento, estimado em R$ 2,5 bilhões.
De acordo com ela, a planta deve ficar mesmo na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Os aportes da Foxconn no país estão orçados em R$ 12 bilhões e a expectativa é de que a multinacional gere pelo menos 100 mil postos de trabalho no Brasil.
Princípe - As declarações da secretária foram feitas durante a abertura do "Seminário sobre parcerias na área de tecnologia e tratamento de água e água residual". O evento contou com a participação do príncipe herdeiro da Dinamarca, Frederico André Henrique Cristiano.
Em seu discurso ele destacou trabalhos feitos por seu país, no que se refere a um uso mais racional da água. Para ele, o recurso, essencial e cada vez mais escasso, poderá, em um futuro próximo, ampliar a qualidade de vida da população e os ganhos financeiros daquelas nações que o tiverem em abundância.
Ele também ressaltou que a parceria entre Minas Gerais e Dinamarca começou há mais de 170 anos, por meio do paleontólogo Peter Lund, que passou grande parte da vida em solo mineiro. De forma bem-humorada, ele acrescentou que, considerando todo o potencial da região, a cooperação entre ambos deve ser ampliada e estendida por no mínimo outros 170 anos.
Vale lembrar que em Montes Claros (Norte de Minas) fica a Novo Nordisk Indústria Farmacêutica do Brasil, empresa de origem dinamarquesa que, além de movimentar milhões e gerar centenas de empregos, detém a mais avançada tecnologia de produção de insulina do mundo.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior, reforçou, também na ocasião, a importância da nação europeia para a economia do Estado. De acordo com ele, o comércio bilateral registrou aumento significativo nos últimos quatro anos, passando de US$ 777 milhões em 2008 para US$ 1,1 bilhão em 2011, alta de 46,7%. Hoje, as exportações brasileiras se concentram na comercialização de fármacos e de alimentos, com destaque para o farelo de soja e café, madeira e calçados.
Tendência - Conforme a secretária, a tendência é que a Dinamarca se consolide como grande parceiro no que se refere à atração de investimentos. Segundo ela, ainda existe um "leque de possibilidades" a ser trabalhado com o país escandinavo. Entre elas, Dorothea Werneck menciona o desenvolvimento de parcerias na cadeia alimentícia, entre outros segmentos que ainda serão mapeados.
Finalmente, a secretária frisou que empresas que visam à produção de bens de maior valor agregado demandam, simultaneamente, profissionais mais qualificados. Por isso ela informou que o governo estuda, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), um reforço no Programa de Iniciação Tecnológica (PIT). Com ele, será possível estabelecer um maior intercâmbio entre universidades e empresas, para que elas possam absorver de forma mais eficaz a mão de obra formada pelas instituições de ensino superior.
Fonte: Diário do Comércio