Consumidor endividado preocupa comerciantes

25 de Setembro de 2012
por: Fabiana Ribeiro

Mesmo com a expectativa de crescimento do fluxo de consumidores no hipercentro da Capital no 4º trimestre - tradicionalmente o mais aquecido do ano -, os comerciantes da região mostram receio em relação ao desempenho das vendas no período. O setor teme os efeitos do elevado endividamento da população, que inibe o consumo, e também reclama das taxas cobradas pelas operadoras de cartões, forma de pagamento predominante no varejo.

O presidente da Associação dos Lojistas do Hipercentro de Belo Horizonte, Pedro Bacha, resume a situação atual vivida pelos comerciantes da região. "Para os lojistas está difícil, pois o dinheiro na mão da população está bastante reduzido", afirma.

Segundo ele, principalmente o setor de vestuário sofre concorrência de segmentos que foram desonerados, como no caso da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca e até mesmo para os veículos. "Está muito fácil comprar eletrodomésticos e até carro e isso atrapalha. As pessoas se endividam com a compra de um bem durável, por exemplo, e não sobra dinheiro para outras compras", justifica.

Sobre o desempenho do setor no segundo semestre, Bacha afirma que as vendas estão estáveis em relação aos primeiros seis meses do ano. "Não foi ruim ao ponto de ter retração, mas também não vendeu bem para ter crescimento", lamenta.


Cartão - Para o comerciante o cartão de crédito é outro "culpado" pelo endividamento dos consumidores. "As operadoras de cartão de crédito cobram juros altos, deixando as pessoas ainda mais endividadas", afirma. Apesar disso, segundo Bacha, a inadimplência no varejo está sob controle. "No momento não temos tido muito problemas com a falta de pagamento", revela.

O presidente da associação cobra mais investimentos públicos para a região. "O grande gargalo do hipercentro é a falta de planejamento. O trânsito é caótico, a lei do silêncio e o código de postura não são respeitados", queixa o comerciante.

Conforme Bacha, a atividade do varejo no hipercentro também sofre os efeitos da sazonalidade. "Para o setor de vestuário, há um crescimento com a proximidade do Natal. O setor de enfeites, por exemplo, começa a ter um crescimento um pouco antes, em novembro, quando o consumidor busca novidades para decorar sua casa", detalha.

 

Fonte: Diário do Comércio

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