Ritmo de vendas cai e mercado vai fazer promoção de imóveis

02 de Outubro de 2012
por: Queila Ariadne

Apartamento de R$ 750 mil no Vila da Serra será vendido por R$ 525 mil

 

 

Um imóvel de luxo, no Vila da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte, de R$ 750 mil por R$ 525 mil. O desconto, de 30%, é para ajudar a acelerar as vendas que, após o boom imobiliário, colocaram o pé no freio. A partir do fim de outubro, ofertas como essa estarão reunidas em um site que funcionará como um outlet imobiliário. "Vamos reunir imóveis que estão com a venda parada e ofertar por até 40% a menos do valor", anuncia Bruno Spindola, um dos sócios da Ampla Prime Imóveis.

Segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contáveis (Ipead/UFMG), em junho do ano passado, a cada cem imóveis colocados à venda, cerca de 26 foram vendidos. Em junho deste ano, o percentual caiu para 7,52%.

De acordo com Spindola, o outlet, que é um novo nicho de mercado imobiliário, tende a ganhar força diante do cenário de redução do ritmo de vendas de imóveis. "O mercado fez muitos lançamentos há quatro anos e, agora, diante de muitos imóveis sendo entregues, nem todos são vendidos tão rápido como antes.

O site (www.amplaoutlet.com.br) vai entrar no ar somente no fim deste mês. Por motivos estratégicos, Spindola não revela a quantidade de imóveis que entrará em promoção. Entretanto, adianta que pelo menos cinco construtoras já estão cadastradas e anuncia que serão colocados à venda imóveis de R$ 250 mil até R$ 1 milhão, com descontos de até 40%. "Teremos unidades em bairros como Mangabeiras, Belvedere e Buritis", adianta.

No exemplo anteriormente citado, no Vila da Serra, a construtora liquidará duas unidades. "Mas, se a demanda for positiva, a empresa, que tem dez unidades à venda neste empreendimento, pode resolver colocar outros apartamentos em promoção", explica.

O presidente do Sindicato da Habitação (CMI/Secovi), Evandro Negrão de Lima Júnior, explica que a redução da velocidade de vendas é natural após momentos de forte demanda.

"Essa redução no ritmo de compras é mais acentuada nos imóveis de luxo, pois os compradores dessa faixa são mais bem informados e, provavelmente, como compram para investimento, podem estar esperando os preços caírem. Já os imóveis mais populares ainda têm demanda forte porque são mais suscetíveis ao crédito e nós estamos com os juros nos menores patamares da história", justifica Júnior.

Dados do Ipead mostram que, para os imóveis populares, o índice de velocidade de vendas é de 15,47%. Para os de luxo, é de 7,08%.
Outlet é novidade
O sócio da Ampla Prime Imóveis, Bruno Spindola, afirma que o outlet imobiliário é uma novidade em Minas Gerais. "O primeiro do mundo foi feito em São Paulo, há seis meses, e já tem algo no Rio de Janeiro, mas, em Minas, este será o primeiro", afirma.

Segundo Spindola, colocar imóveis parados em liquidação é uma ferramenta interessante não somente para acelerar as vendas, mas para reduzir despesas. Ele calcula que, só com condomínio, cada apartamento em uma área nobre de Belo Horizonte, por exemplo, gera uma despesa mensal de R$ 3.000. Isso, ressalta Spindola, fora os gastos com Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e com a manutenção para evitar a depreciação do imóvel.

"Depois que o empreendimento fica pronto, o dono do imóvel não vendido é a construtora, que tem que assumir esses gastos, portanto, é interessante coloca-lo à venda com desconto", destaca Spindola. (QA)
Fonte: O TEMPO

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