Teto maior atrai construtoras
Reajuste na chamada faixa 1 do programa, anunciado no fim de agosto, viabilizou projetos.
A elevação do teto máximo destinado ao programa habitacional "Minha casa, minha vida" para os imóveis financiados às famílias com renda de até R$ 1,6 mil está provocando uma corrida por parte das construtoras mineiras. Antigo pleito dos empresários do setor, o reajuste na chamada faixa 1 do programa, anunciado no fim de agosto, tem permitido o aumento do interesse dos mesmos em relação às contratações dos projetos em todo o Estado.
De acordo com o gerente regional de Habitação da Caixa Econômica Federal (Caixa), Marivaldo Araújo Ribeiro, além da própria alteração no teto pago às construtoras, o limite de unidades habitacionais estipulado pelo Ministério das Cidades para cada município também está influenciando na decisão dos empresários.
"O aumento dos valores dos imóveis tem feito com que mais empresas se interessem pelos projetos. E com o limite de contratação por municípios, elas precisam ser rápidas, pois há mais oferta do que demanda em algumas localidades", explica.
Em Belo Horizonte, por exemplo, onde o programa demorou a sair do papel, o limite é de 11.200 unidades para as famílias com renda de até R$ 1,6 mil, dentro da segunda etapa do programa. "Deste total, 1.325 já foram contratadas. Assim, restam 9.875 moradias para a Capital, mas com o aumento do interesse por parte das empresas, este saldo logo irá diminuir", avisa.
A Portaria nº 435, de 29 de agosto, estipulou novos valores máximos de aquisição das unidades habitacionais contratadas com recursos oriundos da integralização do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), dentro do "Minha Casa" nas capitais, municípios integrantes das Regiões Metropolitanas, bem como aos demais municípios brasileiros com população igual ou superior a 50 mil habitantes.
Terrenos - No caso da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o teto passou de R$ 57 para R$ 65 mil, da mesma forma como ocorreu na Capital. Isso representa um aumento de 14%. Já no interior do Estado, o reajuste ultrapassou os 15%, saindo de R$ 52 mil para os atuais R$ 60 mil por imóvel.
Neste sentido, Ribeiro lembra que o fato de os preços serem os mesmos tanto para a Grande BH quanto para a Capital acaba direcionando alguns investimentos para outros municípios que não Belo Horizonte. "Como na capital mineira contamos com o agravante da escassez de terrenos, a equiparação dos valores pagos acaba beneficiando os municípios do entorno, como é o caso de Betim, Contagem e Santa Luzia", diz.
Em relação ao volume de contratações no âmbito das fases I e II do programa, até a primeira quinzena de agosto foram contabilizadas 172.908 unidades habitacionais em todo o Estado. Deste total, 53.910 diz respeito à faixa 1 (renda familiar até R$ 1,6 mil); 110.369 à faixa 2 (famílias com renda entre R$ 1,6 mil e R$ 3,1 mil) e 8.629 à faixa 3 (famílias com renda de R$ 3,1 mil a R$ 5 mil).
Já no que se refere às localidades contempladas com o maior número de moradias, destaca-se a Belo Horizonte e RMBH no caso das faixas 2 e 3; e RMBH, e Uberaba, Uberlândia, Montes Claros e Juiz de Fora no caso da faixa 1.
Fonte: Diário do Comércio