Lacerda ataca gestão de FHC
Ficou para o PSDB a tarefa de fazer o enfrentamento com o governo do PT
"Com as privatizações, o FHC destruiu as empresas nacionais. Deixei de ser empresário porque vi que a política entreguista ia acabar com a indústria nacional", disse.
A afirmação foi feita em discurso a empresários que possuem permissão da prefeitura para explorar o serviço suplementar de transporte público, que atende vilas e aglomerados da capital. "Sou empresário como vocês e sei onde o calo dói", afirmou.
Influência. Para Lacerda, a presença da presidente na cidade não altera o cenário eleitoral. "Se não influenciou até agora, com tantas aparições na TV, um comício a mais não vai mudar nada". Questionado sobre um possível constrangimento já que seu partido, o PSB, compõe a base de apoio da presidente e sobre o fato de ele criticar gestões passadas do PSDB, sigla que o apoia na campanha municipal, o prefeito disse considerar natural esses movimentos políticos. "Isso não é uma disputa tribal, é uma disputa política. Não é uma briga entre pessoas. É uma briga de ideias e programas de governo".
Os ataques à presidente ficaram reservados para o PSDB. "Amanhã (hoje) vamos fazer uma homenagem à presidente e distribuir uma carta com 13 motivos para não se votar no PT", alfinetou o presidente do PSDB de Minas, Marcus Pestana.
Uma das principais críticas do documento será em relação ao veto da presidente à emenda da Medida Provisória (MP) 563 que recalculava as alíquotas dos royalties do minério. A mudança incrementaria a arrecadação tributária dos municípios mineradores. A justificativa do governo é que o texto da emenda era incompleto e tratava de um assunto que está contemplado em projeto que o governo pretende enviar ao Congresso.
O restante do documento vai listar promessas que não teriam sido cumpridas por Dilma. "Tem a duplicação do Anel, o polo acrílico que saiu de Minas e foi para a Bahia, a Fiat, que levou a fábrica para Pernambuco, e a falta de obras do metrô", completou Pestana. "A Dilma se apequenou da sua função de estadista e está cumprindo um papel que não cabe a uma presidente da república".
Ao longo dos 14 minutos e 19 segundos a que tem direito no programa eleitoral, não houve nenhuma menção ao fato daquele ser o último programa da campanha no primeiro turno. Também não houve pedidos explícitos de votos e nem referências aos adversários na disputa.
Em sua primeira fala no programa, Lacerda falou do orgulho de ter sido prefeito e falou do próprio esforço em devolver ao cidadão de Belo Horizonte a qualidade de vida perdida.
Na locução, a preocupação foi humanizar o político, que ao longo da campanha sofreu vários ataques dos adversários, que o acusaram de "tecnocrata" e "pouco humano". "Belo Horizonte é hoje uma cidade mais cosmopolita e humana. Em toda a obra que é realizada, existe a preocupação de que ela traga qualidade de vida para as pessoas", disse a locutora durante o programa.
Na sequência, Lacerda detalhou os principais pontos do seu programa de governo. A maior parte do programa foi dedicada a mostrar ações na área da saúde área considerada sensível e que também foi alvo do principal adversário de Lacerda, Patrus Ananias (PT). Em seguida, Lacerda falou dos projetos em educação, segurança, habitação e mobilidade urbana.
Depoimentos de moradores da capital foram usados para referendar as ações do prefeito ao longo do atual mandato. Médicos, estudantes e advogados deram depoimentos citando melhorias na cidade e declarando o voto em Lacerda.
O programa foi finalizado com um jingle em ritmo de samba e com imagens dos eventos de campanha de Marcio Lacerda. Ao final dos 14 minutos, não foi feita nenhuma menção ao dia das eleições. (PG)
Marcio Lacerda minimizou, ontem, o resultado mais recente da pesquisa Ibope de intenções de voto para a Prefeitura de Belo Horizonte. Os números, que mostram uma queda de oito pontos percentuais da distância entre o líder Lacerda e o segundo colocado Patrus Ananias, são, segundo o prefeito, diferentes dos levantamentos internos realizados pela própria campanha.
"Existem outras pesquisas que dão números diferentes desses e, portanto, estamos tranquilos", disse o prefeito, que espera vencer a eleição no primeiro turno. "Fazemos pesquisas internas diariamente, e os números são bem diferentes desses", enfatizou.
Nas duas últimas pesquisas do Ibope, o percentual de Lacerda caiu de 47% para 44%. Já o índice de intenção de votos de Patrus Ananias subiu de 30% para 35%. "Pesquisas variam dentro da margem de erro de um lado e de outro. Vamos continuar trabalhando dia e noite. Levantar mais cedo, dormir mais tarde. Se tiver (segundo turno), é a decisão do eleitor e a gente vai ter que respeitar", declarou. (PG)
Fonte: O TEMPO