Médicos de planos de saúde param por oito dias em Minas
Agendamento já feito será remarcado e só as emergências foram mantidas
Os 170 mil médicos que prestam serviços a 48 milhões de pacientes por meio de planos de saúde no Brasil prometem paralisar os trabalhos de 10 a 25 de outubro. Em Minas Gerais, o movimento acontecerá por período menor, de oito dias, 10 a 18 de outubro. No Estado, 28 mil médicos atendem a planos de saúde. Somente na capital são assistidas pelos convênios 1,28 milhão de pessoas.
Os médicos reivindicam, principalmente, melhores honorários e assistência à saúde mais qualificada. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, o valor repassado aos profissionais pelos planos de saúde por uma consulta, por exemplo, é de R$ 46,12.
Em nota aos usuários dos planos de saúde, a Associação Médica de Minas Gerais informa que, entre os dias 10 e 18 de outubro, os médicos não realizarão consultas e nem outros procedimentos eletivos pelos planos de saúde, seguindo orientação das entidades nacionais, Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
"Os pacientes previamente agendados serão atendidos em nova data, mas caso optem pelo atendimento neste período, informamos que os mesmos serão atendidos mediante pagamento com valores de referência nacional (R$ 80 por consulta). Destacamos ainda que os casos de urgência e emergência serão todos atendidos normalmente", diz a nota. Com os recibos, os pacientes poderão pedir reembolso.
De acordo com o coordenador da Comissão Nacional de Saúde (Comsu), Aloísio Tibiriça, o movimento médico brasileiro tem buscado o diálogo com as empresas da área de saúde suplementar, mas os avanços ainda são insatisfatórios.
"O sistema suplementar de saúde passa por crises e nós devemos buscar juntos as melhores soluções, especialmente as que contemplam melhorias e crescimento sustentável", completa o presidente da AMB, Florentino Cardoso.
Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) indicam que, entre 2003 e 2011, a receita das operadoras cresceu 192%, enquanto o valor médio pago por consulta aumentou 65%. Cálculos da própria categoria, entretanto, mostram que o reajuste foi de 50%.
"A ANS suspendeu mais alguns planos por conta do tempo de espera. As emergências estão superlotadas, praticamente igual ao Sistema Único de Saúde (SUS). O mercado de saúde suplementar não atrai mais os médicos, eles estão saindo. A situação vai piorar", disse Aloísio Tibiriçá.
Para o vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lairson Vilar, as operadoras têm "boicotado" tratamentos de alto custo, reduzindo períodos de internação e dificultando exames mais caros.
Segundo ele, estudo feito em São Paulo, por exemplo, indica que dois em cada dez usuários de planos de saúde têm procurado o serviço público no lugar das clínicas credenciadas.
"É impossível oferecer um serviço de qualidade face a um desequilíbrio tão grande", disse.
O valor pago pela ação da Amil, de R$ 30,75, representa um prêmio de 21,5% sobre o fechamento do papel na Bovespa na última sexta-feira, de R$ 25,30. A operação está condicionada à verificação de determinadas condições suspensivas e aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Edson de Godoy Bueno continuará como diretor-presidente e presidente do conselho de administração da Amilpar. Ele e sua sócia, Dulce Pugliese, continuarão a ter participação de 10% na Amil por ao menos cinco anos. O executivo usará cerca de US$ 470 milhões da venda das ações para adquirir papéis da UGH nos Estados Unidos, tornando-se o maior acionista pessoa física da norte-americana e membro do conselho de administração.
entanto, teme pelo consumidor.
"Essa queda de braço entre os médicos e as operadoras de planos de saúde é antiga. As mensalidades dos planos são reajustadas todo ano, mas os valores não são repassados aos médicos, o que prejudica a qualidade do serviço prestado ao consumidor", disse.
Segundo Gilberto Dias, o consumidor que não conseguir atendimento por meio dos planos de saúde durante o movimento dos médicos deve pagar a consulta, pegar o recibo e cobrar dos planos de saúde.
"Os consumidores não contratam os serviços dos médicos, mas dos planos de saúde. As operadoras devem responder pela falta de assistência". Se o dinheiro da consulta não for repassado ao consumidor, o gerente do Procon da ALMG sugere que a Justiça seja acionada.
A Unimed-BH, que reúne 5.200 médicos, informa que seus serviços de saúde próprios funcionarão normalmente, e os atendimentos de urgência e emergência não serão afetados pela mobilização.
Ressalta ainda que coloca à disposição do cliente o contato por meio da Central de Relacionamento Unidisk, no telefone 0800 303003, disponível por 24 horas. (A.A)